Em SP, atriz de "Nip/Tuck" diz que vetaria série aos filhos
Na manhã desta terça-feira (15), a atriz norte-americana Kelly Carlson, 32, famosa como Kimber Henry na série sobre o universo das cirurgias estéticas "Nip/Tuck", conversou com um grupo de jornalistas de várias partes da América Latina, em São Paulo. Carlson falou sobre sua vida pessoal, sua personagem controversa e a quinta temporada da série, que estréia no Brasil, pelo canal Fox, no próximo dia 23.
Tino Monetti/Folha Online |
Kelly Carlson, de "Nip/Tuck", conversou com jornalistas em São Paulo na manhã de hoje (15) |
Acompanhada por dois executivos do canal, a atriz analisou as várias reviravoltas de sua personagem que, ao longo das quatro temporadas da série, foi atriz pornô, teve uma boneca erótica modelada com sua forma, aderiu à cientologia --sistema de crenças famoso em Hollywood que conta com adeptos como Tom Cruise e John Travolta-- e se relacionou com os três principais personagens masculinos de "Nip/Tuck": Christian Troy (Julian McMahon), Sean McNamara (Dylan Walsh) e Matt McNamara (John Hensley).
"Sinto que sou quase o oposto de Kimber, mas a entendo bem. O que posso afirmar, com certeza, é que tudo que ela faz, seja um filme pornográfico ou adesão a uma religião, tudo gira em torno de suas relações com os homens, principalmente com Christian. Suas obsessões, na verdade, são apenas formas de se conectar com ele", afirmou Carlson sobre o comportamento polêmico de sua personagem.
Nova temporada
Sobre a nova temporada, onde a trama é transferida de Miami para Los Angeles, a atriz disse que a equipe da série sabe que corre um risco ao mudar o cenário, podendo até perder fãs fiéis.
"O público se acostumou a Miami, uma cidade quente, sexy. Sabemos que corremos um risco. Temos que trabalhar duro para manter os fãs. Algumas pessoas gostaram da transferência, outras não. Pessoalmente, acredito que se continuássemos em Miami, iríamos acabar sem histórias", afirmou Carlson que disse ainda que a principal mudança desta temporada é o foco dado aos dois médicos protagonistas.
"Agora, Sean ganhará muito mais atenção que Christian, já que se tornará famoso em Los Angeles. O roteiro volta mais satírico e vamos brincar muito com nosso próprio universo, de executivos do entretenimento e estrelas de Hollywood", disse.
Sexo
Questionada sobre as cenas de nudez e sexo, recorrentes na série desde sua estréia em julho de 2003, a atriz disse que se sente confortável pois avalia que "nada é gratuito" e que o erotismo dentro de "Nip/Tuck" estimula os telespectadores e "representam os desdobramentos da história".
"Por outro lado, nunca posaria na 'Playboy'. Acho que isso já não tem um propósito intelectual", completou.
Boneca erótica
Na segunda temporada de "Nip/Tuck", Kimber Henry lança uma boneca erótica com sua forma física, que se tornou praticamente um mascote da personagem e também deu origem a um evento inusitado na vida da própria atriz.
Carlson contou que quis manter a boneca como lembrança e a levou para seu apartamento em Los Angeles. Porém, sua empregada confundiu realidade e ficção e acabou criando um caso de polícia.
"Levei a boneca para casa e, um dia, quando voltei do trabalho, minha empregada tinha chamado a polícia, pensando que eu estava em coma ou algo pior", contou a atriz rindo, que jurou ser verdadeira a história.
Filhos
Indagada se deixaria seus filhos assistirem a "Nip/Tuck", a atriz respondeu que não. "A série toca em muitos assuntos delicados. Não é só o sexo, mas também há assassinos, questões sobre transexualidade e outros temas pesados. Por isso, não deixaria meus filhos assistirem", disse.
Tino Monetti/Folha Online |
Em São Paulo, atriz afirmou que não posaria nua na revista "Playboy" |
Popularidade
Sobre a reação dos Estados Unidos em relação à série, Carlson disse acreditar que os norte-americanos são realmente mais receosos e conservadores quando o tema é sexualidade.
"'Nip/Tuck' é mais popular em outros países do que nos EUA. Os americanos ficam mais constrangidos e desconfortáveis quando vêem uma relação real entre um homem e uma mulher, com suas fricções e tudo mais. É por isso que a maioria dos filmes por lá são comédias românticas. Os americanos são mais do 'como deveria ser' do que 'como realmente é'", afirmou.
Madonna
Carlson também falou sobre os diversos convidados da série que, até hoje, já contou com nomes como Portia de Rossi, Tia Carrere e a comediante lésbica Rosie O'Donnell, entre outros.
"Gostaria de trabalhar diretamente com os convidados, já que normalmente só os protagonistas atuam com eles. Gostaria que Rosie voltasse em outros episódios e que Madonna participasse algum dia. Sou fã e acho ela uma mulher incrível", contou a atriz.
Política
Sobre suas preferências políticas, Carlson disse que mudou de opinião "com o passar dos anos" e que hoje vê a mistura entre o partido republicano e o democrata como uma possível solução para o governo dos EUA.
"Eu cresci em uma família republicana e depois vivi em Los Angeles, onde há muitos democratas. Nestas eleições, estou dividida entre Hillary, Obama e McCain, mas acho uma grande evolução termos uma mulher e um negro entre os candidatos. Na verdade, queria que tivéssemos um presidente democrata e um vice republicano. Seria o balanço perfeito, porque muitas vezes parece que tudo é apenas competição e não política", completou a atriz
Smile Network
A atriz também falou sobre sua atuação ao lado da Smile Network, uma organização americana que financia cirurgias plásticas reconstrutivas para jovens e crianças em países em desenvolvimento.
Ela disse que, ao chegar ao Brasil, perguntou se este era um problema aqui e nos outros países da América Latina e pediu o nome de algumas cidades para oferecer ajuda e pedir apoio em sua próxima reunião com a instituição.
Limites
No fim da entrevista, Carlson falou ainda sobre os "limites" da série com seus temas e episódios polêmicos, principalmente em relação à sua personagem.
"Eu sempre soube que eles chegariam ao limite, mas não imaginava que seria comigo. Quando vi o roteiro pela primeira vez e vi tudo o que Kimber passaria, pensei em minha avó, em minha igreja... Mas eu confio nos profissionais da série. A única vez que pensei que eles tinham ido longe demais foi quando tive que fazer uma cena de sexo grávida para um filme pornô", afirmou.
fonte:folha online
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