Silvio Santos vai aceitar "merchans" em seu programa

Não há decisão que não possa ser mudada diante de uma vultosa crise econômica como essa, que grassa mundo afora. Seguindo tendência que se espalha por outras emissoras há mais de uma década, Silvio Santos decidiu também aceitar merchandisings em seu programa dominical no SBT.

Até hoje, ele só aceitava fazer publicidade de produtos do seu próprio grupo: Tele Sena, Baú da Felicidade, produtos cosméticos Jequiti e o banco Panamericano.

Mas, diante da crise e ameaça de queda de faturamento nas emissoras, a área comercial do SBT recebeu, pela primeira vez, sinal verde para negociar a introdução de "merchans" no programa do patrão.

Mas não será Silvio quem fará os "merchans", hein? Eles serão apresentados por Helen Ganzarolli e Celso Portioli, que estão afastados do vídeo há meses, mas continuam recebendo, digamos, relevantíssimos salários.

Um piloto de comercial foi gravado nesta quarta-feira, no Complexo Anhanguera. Serão abertos dois blocos para anunciantes durante o programa.

A última vez que Silvio Santos aceitou em seu programa um 'merchan estrangeiro' (de fora do grupo SS) foi em 2006, quando Lombardi fez um "testemunho" para Embratel e Banco do Brasil. Mas, mesmo daquela vez, Silvio permitiu o "merchan" apenas na voz do locutor. Agora, pela primeira vez, o dono do SBT permitirá que rostos de seus artistas sejam mostrados para fazer publicidade de produtos de outras empresas. E dentro de seu programa.

Imagem de valor incalculável

Nos últimos 20 anos, Silvio Santos recebeu inúmeras propostas de empresas para ser garoto-propaganda, fazer testemunhos ou merchans deste ou aquele produto. Corre a lenda que Silvio já recusou propostas de milhões de reais, inclusive de uma grande montadora que o queria anunciando o lançamento de um carro. Silvio (que, por sinal, adora carros) recusou.

O empresário jamais aceitou fazer publicidade "independente" do Grupo SS porque, entre outras coisas, considera que seu nome não tem preço, e que jamais poderia vincular sua imagem a qualquer produto que não os seus.(fonte:Ricardo Feltrin - Colunista do UOL)