Bete Coelho e Ricardo Blat estão em Autor por Autor Ferreira Gullar
A série Autor por Autor traz neste próximo episódio a vida e obra de um dos fundadores do neoconcretismo e um dos mais importantes poetas da língua portuguesa: Ferreira Gullar. Aos 80 anos completados em setembro, o autor ainda produz como ninguém, e acabou de lançar o livro Em Alguma Parte Alguma (editora José Olympio). O programa que o homenageia tem coprodução da TV Cultura e SescTV e será exibida neste domingo (21/11), às 20h30, na TV Cultura.
Para mostrar Gullar ao grande público, apenas dois atores entram em cena: a renomada Bete Coelho, que está no papel de “O Outro” (atriz gentilmente cedida pela Rede Record), e Ricardo Blat, que iterpreta “O Poeta”. O ator trabalhou no filme Carandiru, de Hector Babenco, e seu mais recente trabalho na TV foi na novela Tempos Modernos (Globo), de Bosco Brasil, além de diversos outros trabalhos em teatro. O programa mescla as atuações dos artistas com depoimentos exclusivos de Gullar, que relata, entre outros momentos, a mudança de seu nome, que ele mesmo diz, “já contei essa história várias vezes”.
“Meu nome é muito comum, São Jose de Ribamar é um nome muito comum, em São Luis, por causa da devoção a São Jose de Ribamar. Então, quando comecei a escrever, usava o nome de Ribamar Ferreira, mas havia outros: um era Ribamar Caliza, outro Ribamar de Sousa, outro Ribamar Pereira, havia muitos Ribamar. Um dia saiu um poema do Ribamar Pereira assinado com o meu nome. Nessa hora achei melhor trocar, porque eu absolutamente não gostei do poema. Na minha opinião era muito ruim. Daí eu recorri ao Gullar, que é o sobrenome de minha mãe, mas aí eu botei Ferreira Gullar. E para evitar outra coincidência também mudei a grafia do Gullar, que originalmente é o Goulart. Foi assim que nasceu”.
Autor por Autor, que traça perfis de grandes nomes da literatura, aproximando o público dos mais importantes escritores contemporâneos brasileiros, tem direção de Ricardo Elias e consultoria literária de Manuel da Costa Pinto, e é produzido em cenários totalmente virtuais, em HD.
Neste episódio, os cenários não realistas formam traços geométricos que lembram a arte concreta de Gullar, e se alternam de acordo com o local e a fase de vida do poeta. Assim, eles seguem uma sequência cronológica e na primeira fase está o estado do Maranhão, onde os traços lembram azulejos portugueses, muito comuns na arquitetura local. Depois vem o Rio de Janeiro, que remete aos cartões postais da cidade, como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e as calçadas de pedras portuguesas. Já numa terceira fase, o exílio é retratado em linhas que lembram grades e, por fim, indicando sua volta ao Brasil, a imagem toma formas dos próprios desenhos de Gullar. Sim, além de escritor, Ferreira pinta e entende como ninguém de artes plásticas.
Sobre a autor
Poeta e teatrólogo brasileiro nascido em São Luís, Maranhão, que, com uma poesia de cunho social, tornou-se um dos mais importantes poetas brasileiros surgidos após o movimento modernista de 1922. Em 1954 publicou A luta corporal, obra considerada precursora do movimento paulista de poesia concreta. Com Poemas mostrou-se mais voltado ao neoconcretista e liderou o movimento no âmbito carioca, com a publicação do ensaio-manifesto Teoria do não-objeto, em 1959. Mais tarde aderiu à poesia politicamente engajada, virou presidente da UNE (964) e, após assinado o Ato Institucional nº 5, foi preso (1968). Após um longo período vivendo na clandestinidade, colabora para O Pasquim, Opinião e outros jornais usando o pseudônimo de Frederico Marques. Após os anos de chumbo, Ferreira foi nomeado diretor do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura (Ibac) e permaneceu no cargo por mais de três anos (1992-1995), período suficiente para devolver à instituição seu antigo nome, Funarte. Ganhou muitos prêmios literários e os destaques em sua obra foram Dentro da noite veloz (1975), Na vertigem do dia (1980), Etapas da arte contemporânea (1985), Barulhos (1987) e Indagações de hoje (1989). Para o palco escreveu Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come (1966), com Oduvaldo Viana Filho, A saída? Onde fica a saída? (1967), em parceria com Antônio Carlos Fontoura e Armando Costa, e Dr. Getúlio, sua vida e sua glória (1968), com Dias Gomes.
Valeu Francisco, por passar dia e horário de Dexter.
Abração
Belo blog, parabéns...ja estou seguindo, abraços
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