Conheça a nova minissérie da Globo 'O Astro'
Toda mágica consiste em três atos. O primeiro é chamado 'a promessa': o mágico mostra um objeto ou ação comum, mas que, naturalmente, não é. O segundo ato é chamado de 'a virada': o mágico transforma o comum em algo extraordinário. Agora, se você está procurando o segredo, não vai descobrir, porque, na verdade, não quer! O terceiro ato é o grande truque, no qual a mágica se transforma, e a plateia se surpreende com algo realmente impressionante. É a hora do êxtase absoluto.
Alakazan! A fumaça se espalha, e a expectativa é grande. Olhos fixos nas brechas do nevoeiro. Está feito. O público estupefato se aperta nas cadeiras e cai nos encantos da ilusão. O êxtase é inevitável. Eis a mágica! É isso que eles desejam. "Todos os seres humanos querem ser enganados", afirma Ferragus (Francisco Cuoco), um sujeito misterioso e sedutor, com quem Herculano (Rodrigo Lombardi) esbarra na cadeia e que se torna seu mestre na arte do ilusionismo. Ferragus é uma homenagem dos autores Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro ao ator Francisco Cuoco na minissérie 'O Astro', especial da Rede Globo que revisita a obra original de Janete Clair em comemoração aos 60 anos da teledramaturgia brasileira. Com estreia marcada para 12 de julho, a releitura de 'O Astro' tem direção de núcleo de Roberto Talma, direção geral de Mauro Mendonça Filho e direção de Fred Mayrink, Allan Fiterman e Noa Bressane. O roteiro tem colaboração de Tarcísio Lara Puiati e Vitor de Oliveira.
O papel que antes foi de Francisco Cuoco agora é de Rodrigo Lombardi. Protagonista de 'O Astro', Herculano Quintanilha é um o herói ambíguo e, por isso, humano. "Janete Clair sempre esteve à frente do seu tempo. Ela impregnava seus personagens de humanidade. Falar sobre 'O Astro' é reviver alegrias e sentimentos bons. Sinto-me recebendo uma grande homenagem", derrama-se Francisco Cuoco, convidado pelos autores e diretores para viver Ferragus. Os dois atores contracenam juntos. Ferragus é o mestre de Herculano durante os oito anos de prisão. Ao se separarem, Ferragus continuará aparecendo para Herculano, ora em pensamento, ora se materializando como um alter ego. E, assim, estarão juntos ao longo de toda história. "Quando me vi com o turbante, levei um susto. Bateu um êxtase. Na primeira vez que estive com Cuoco, ele olhou pra mim e me arrepiei. Ele é imbatível. Ele será o mestre Ferragus, que, de algum modo, é o Herculano 30 anos depois", declara Rodrigo Lombardi. "É mágica. Ninguém ao certo sabe quem é quem. É como se fosse uma projeção dele no futuro. É uma experiência que suscita muitas interpretações", conclui o diretor Mauro Mendonça Filho.
A saga do sonhador Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) abarca ilusionismo, cobiça e sedução. Sem saber se o Professor Astro, como ficará conhecido Herculano em seus shows, é um trapaceiro ou realmente um homem com poderes fora do comum, todos acabam se envolvendo nos seus atraentes enigmas. Um sujeito que saiu de sua pequenina cidade natal dentro de um camburão para passar oito anos na prisão estadual, onde aprendeu tudo sobre ilusionismo e vidência, Herculano surpreende o destino e se torna a grande atração de uma soturna casa de espetáculos, no centro do Rio de Janeiro. E é nesta cidade que ele conhecerá dois personagens que mudarão o rumo de sua história: a sua paixão, Amanda Mello Assunção (Carolina Ferraz), e seu grande amigo, Márcio Hayalla (Thiago Fragoso). E também reencontrará Neco (Humberto Martins), um antigo desafeto.
O GOLPE DENTRO DO GOLPE
Dono de uma loja de miudezas em Bom Jesus do Rio Claro, Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) não para de sonhar. E, em meio a tantas fantasias, eis que surge uma ideia que mudará sua vida para sempre. O ano é 2002, em plena Copa do Mundo. A pequenina cidade não comporta as ambições de Herculano, que põe em prática um plano que é um primor de vigarice: arrecadar donativos para a reforma da Igreja Matriz e superfaturar a obra. O esquema é um sucesso. Herculano se vale da confiança do pároco Frei Laurindo (Sérgio Mamberti) e consegue que a cidade toda dê quantias substanciais para os reparos.
Herculano, porém, nem imagina o que Neco (Humberto Martins), seu parceiro, é capaz de fazer. No dia da fuga dos cúmplices, Neco se adianta e dá um golpe dentro do golpe. Herculano avista o amigo fugindo da cidade em sua caminhonete, levando não apenas o dinheiro, mas seus sonhos. Neco deixa o parceiro em um beco sem saída: depois de correr da população da cidade, ávida por vingança, Herculano se entrega, é preso e condenado.
CONDENADO AO ILUSIONISMO
Herculano (Rodrigo Lombardi) chega à prisão estadual e é tomado de desespero quando se vê confinado. Num rompante, usa os punhos para golpear as grades com violência. Numa das celas, surge um homem 30 anos mais velho que ele, com ar de simpatia, que diz: "Calma, rapaz. O tempo aqui passa devagar. Todo mundo tem que aproveitar pra aprender alguma coisa". É Ferragus (Francisco Cuoco), um sujeito preso há 15 anos.
Aos poucos, Herculano decide se aproximar de Ferragus e lhe pergunta por que é que os guardas o tratam de maneira diferenciada, cheio de regalias. Ferragus sorri e responde: "Porque eu tenho certos poderes". Nesse momento, o velho prisioneiro decide ensinar seus segredos de ilusionismo. "Sabia que eu sou capaz de trazer de volta a pessoa amada em três dias?", indaga Ferragus, e acrescenta, zombando: "Só não sei por quanto tempo a pessoa amada aguenta antes de fugir de novo." Herculano nunca sabe se ele está falando sério ou não, mas embarca nas suas ilusões. Por fim, ganha um presente de Ferragus do qual jamais irá se separar: uma ametista, falsa.
O PROFESSOR ASTRO
Oito anos se passam, Herculano (Rodrigo Lombardi) ganha a liberdade e aparece no palco da casa de shows Kosmos, num sobrado da Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro. Ele agora é o Professor Astro, a principal atração de ilusionismo e telepatia. Na cabeça, um turbante, e, no centro do artefato, tilinta sua ametista. Ao lado dele, Valéria (Ellen Roche), sua ajudante hipnotizante. Essa é a nova vida de Herculano.
OUTRAS VIDAS, UM AMOR
Durante um de seus espetáculos, o olhar do Astro se cruza com o de uma requintada mulher, e uma paixão avassaladora surge entre eles. Ela é Amanda Mello Assunção (Carolina Ferraz), herdeira da Construtora Mello Assunção, que está a ponto de falir. Amanda, que sempre foi cética, assiste ao show com ar blasé até que Herculano (Rodrigo Lombardi) se aproxima e começa a revelar verdades, a princípio triviais, a respeito dela. Essas verdades vão, no entanto, se tornando cada vez mais específicas.
Ele advinha, por exemplo, que há alguma pessoa dilapidando o patrimônio de sua família. Como o pai de Amanda, Adolfo Mello Assunção (Reginaldo Faria), é um jogador compulsivo e fez muitas dívidas no pôquer que prejudicaram a empresa, ela dissimula, mas sente o golpe da revelação.
Como se não bastasse, Herculano pergunta a Amanda onde está o belíssimo colar que ela queria usar. Amanda fica perplexa ao lembrar da joia, que herdou de sua mãe e foi vendida pelo pai. Ela se levanta, encara o vidente e sai da Kosmos às pressas, mexida não só com as revelações, mas com uma sensação desconcertante. No carro, vira para Beatriz (Guilhermina Guinle) e diz: "Eu tenho a impressão de conhecer esse Herculano há milênios."
REDE HAYALLA, MAIS UM SUPERMERCADO PERTO DE VOCÊ!
Beatriz (Guilhermina Guinle) ouve a amiga e a acalma. Um homem bonito e sedutor daqueles mexe com qualquer uma, ela pensa. Ela vai para casa descansar, pois o dia seguinte será importante para o Grupo Hayalla, do qual é consultora jurídica. A rede inaugura mais um dos seus supermercados, num bairro nobre do Rio de Janeiro, com direito à presença de autoridades, celebridades e imprensa. No palanque montado para a festa, em posição de gala, está Salomão Hayalla (Daniel Filho), o patriarca da família.
A FAMÍLIA HAYALLA: UM ESCÂNDALO ABALA A SOCIEDADE!
De repente, um jovem de camiseta e jeans aparece e começa a distribuir dinheiro para o povo que está ao lado de fora da inauguração do novo supermercado. O púbico presente invade o supermercado e arremata todos os produtos que consegue pagar com o dinheiro recebido. O jovem que promoveu a ação é Márcio Hayalla (Thiago Fragoso), único filho e herdeiro do império de Salomão, que vendeu seu próprio carro para distribuir o pagamento à população.
Salomão Hayalla (Daniel Filho) nunca deixou de sentir o peso da mala de mascate nas costas. Mesmo tendo se tornado muito rico, continuou trabalhando arduamente. E, apesar de ser um homem honesto, valoriza excessivamente o dinheiro. Essa é a grande diferença entre ele e seu filho. Márcio (Thiago Fragoso) quer viver como um missionário, longe das seduções do mundo material, e abomina a hipocrisia e o culto ao dinheiro que reina em sua casa e sua família.
Salomão enxerga Márcio como uma pessoa que nunca se deu conta de que o dinheiro é a recompensa "efetiva" do trabalho. Já seu filho o vê como alguém que não se importa com os outros. Esses embates frequentes vão atingir o clímax com uma profunda ruptura entre os dois.
MÁRCIO É INTERDITADO PELO PRÓPRIO PAI
Em uma noite de festa na casa dos Hayalla, Clô (Regina Duarte) e Salomão (Daniel Filho) recebem seus familiares, amigos, empresários e banqueiros para comemorar a inauguração do novo supermercado. Festa grande, bem ao gosto de Clô, esposa de Salomão. Os convidados circulam pelas salas. Um silêncio repentino toma conta do ambiente. Salomão, pasmo, vê Márcio (Thiago Fragoso) descendo as escadarias tirando cada peça de roupa, até ficar completamente nu e declarar: "Pronto, pai! Agora sou um homem livre!".
Pai e filho se enfrentam. Salomão acaba por reprimir Márcio, que, atônito, segue para seu quarto, sem saber que no dia seguinte será internado em uma clínica psiquiátrica.
A PENHA, LUGAR DE SAMBA, INTRIGAS E MUITA PAIXÃO
A casa de espetáculos Kosmos, na qual Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) faz seus shows, pertence a Natalino Pimentel, mais conhecido por Natal (Antonio Calloni), empresário nascido e criado no bairro da Penha. E foi justamente lá, onde Neco (Humberto Martins), ex-parceiro de Herculano no golpe de Bom Jesus, investiu o dinheiro que arrumou passando a perna em todo mundo, inclusive no próprio Quintanilha.
Neco comprou uma casa na Penha, inaugurou um salão de beleza e casou-se com Laura (Simone Soares). Só que a esposa não quis deixar desamparada sua mãe, Dona Consolação (Selma Egrei) e a irmã mais nova, a moça mais cobiçada do bairro, Lili (Alinne Moraes). Resultado: todos foram morar com o proprietário do salão Penha Fashion. Neco também tratou de aumentar a família, e teve os filhos Ernesto Jr., o Nequinho (Diego Kropotoff), e Kelly (Anna Luiza Anillo).
Como sempre teve alma de vigarista e explorador, Neco pôs a cunhada Lili a trabalhar no salão como manicure, mas não a remunera, porque, à sua lógica, Lili trabalha em troca de moradia e comida. Dona Consolação foi para a cozinha e agora faz quentinhas, apesar de o genro reclamar do transtorno que isso traz para o sossego do seu lar.
LILI, A ANGELINA JOLIE DA PENHA
Todos olham quando ela passa. A beleza de Lili (Alinne Moraes) arrebata toda Penha. E Neco não se cansa de cobiçar seus encantos. Mas ela não é boba e sabe que o cunhado é de fato o príncipe dos canalhas. Para se proteger dele, aceita a corte de Natal (Antonio Calloni), o poderoso da Penha. Como o aniversário dela se aproxima, Natal resolve oferecer à sua deusa uma boca livre na Kosmos para toda a sua família que, a contragosto da aniversariante, inclui o cunhado. O apogeu da noite é o show de mentalização do Professor Astro.
O REENCONTRO COM O PASSADO
Herculano (Rodrigo Lombardi) faz seu show na Kosmos, surpreendendo os presentes com suas adivinhações. Encanta-se particularmente com Lili (Alinne Moraes), para quem prevê uma mudança radical. Mas, em seguida, reconhece Neco (Humberto Martins). O Professor Astro, então, "capta" a presença de um traidor e ladrão entre os presentes na casa. Neco veste a carapuça e sai em pânico da Kosmos.
Herculano vê a oportunidade de dar o troco em Neco. Ele ameaça revelar sua participação no roubo de Bom Jesus e, como pagamento pelo seu silêncio, consegue uma casa. Neco, a contragosto, passa a conviver de perto com o sucesso do bruxo, mas fará de tudo para atrapalhar a vida de seu antagonista.
LILI E OS HAYLLA
Sem suportar mais as canalhices do cunhado, Lili (Alinne Moraes) vai trabalhar como operadora de caixa em um supermercado da Rede Hayalla, onde conhecerá o poderoso Salomão Hayalla (Daniel Filho). Salomão se apaixonará perdidamente por ela, porém, o verdadeiro amor de Lili ainda está por vir: Márcio Hayalla (Thiago Fragoso), o filho de Salomão. Ao se sentir traído pelos dois, o poderoso Salomão Hayalla verá o amor se transformar em fúria.
MÁRCIO E HERCULANO: AMIZADE OU INTERESSE?
Márcio (Thiago Fragoso) foge da clínica psiquiátrica e passa a vagar pelas ruas do Rio, tocando seu trompete. Dias depois, com muita fome, não tem dinheiro nem para um salgado. Herculano (Rodrigo Lombardi) vê a cena, se compadece e manda trazer comida para Márcio. Não tem a menor ideia de quem seja ele, mas Márcio desperta em Herculano o seu lado bom. É o acaso que patrocinará este encontro. Uma afinidade tão poderosa que parece provocada por um feitiço. Herculano acolhe Márcio em sua casa e, através da sua amizade com o herdeiro, se aproximará futuramente da família Hayalla, até se tornar admirado por todos. Ou quase todos.
Herculano descobre a verdadeira identidade de seu amigo Márcio e tenta reaproximá-lo da família, conquistando aos poucos a confiança dos Hayalla. A família, por fim, acredita em Herculano e pede que ele impeça Márcio de viver com os missionários, conforme os planos do rapaz. Herculano, sempre jogando, diz que podem contar com ele.
O RISCO DE TENTAR COMPRAR UM AMOR
Enquanto isso, na mansão dos Hayalla, Salomão (Daniel Filho) descobre que Clô (Regina Duarte) e Felipe (Henri Castelli) são amantes. Felipe é filho de Nelson Cerqueira (Celso Frateschi), amigo de Salomão e um dos diretores da Construtora Mello Assunção, da família de Amanda (Carolina Ferraz). Felipe foi amigo de adolescência de Márcio (Thiago Fragoso), até se ligar a um grupo de jovens delinquentes de classe alta. Felipe se aproximou de Clô de olho em sua fortuna. Mas ela não sabe.
Diante da catástrofe econômica de sua família, Amanda pede a Nelson que consiga dinheiro emprestado com Salomão. Samir Hayalla (Marco Ricca), irmão de Salomão, vê nisso a grande oportunidade de se casar com Amanda. Pede que o irmão negue o empréstimo, pois assim terá Amanda em suas mãos. Mas, quando Cerqueira faz o pedido, Salomão concorda em ajudá-lo, desde que Cerqueira envie Felipe para fora do país.
QUEM MATOU SALOMÃO HAYALLA?
Secretamente, Felipe (Henri Castelli) volta ao Brasil e passa a exigir que Clô (Regina Duarte), sua amante, roube os documentos que o incriminam e que estão no cofre de Salomão Hayalla (Daniel Filho). Clô aproveita uma ausência do marido e consegue pegar o dossiê no cofre. Na mesma noite, Salomão é encontrado morto, assassinado em circunstâncias misteriosas. A investigação policial toma conta da trama. Diversos são os possíveis assassinos, todos com motivos para matar o empresário.
HERCULANO CHEGA AO TOPO
Os irmãos Samir (Marco Ricca), Youssef (José Rubens Chachá) e Amin (Tato Gabus), apesar das divergências e suspeitas mútuas, se unem e pedem que Herculano (Rodrigo Lombardi) convença Márcio (Thiago Fragoso) a assumir o lugar do pai na empresa, enquanto Samir ocupa interinamente a presidência. Movido por sua ambição de poder, Herculano coage Márcio a assumir a presidência do grupo Hayalla e é nomeado por ele seu assessor. É o grande momento do Professor Astro: ele finalmente chegou lá.
O talento e o carisma de Herculano fazem com que ele ascenda a posições de grande poder dentro do grupo econômico. A suspeita de que seja um vigarista e os interesses contrariados fazem com que seus inimigos e rivais sempre procurem desmascará-lo. Em vão. Mas isso faz com que suas peripécias sejam cada vez mais mirabolantes e que o personagem se torne fascinante, abusando de sua ambiguidade e destreza para se equilibrar na corda bamba. Craque da estratégia, ele usa não apenas o ilusionismo, mas a inteligência, para manipular a todos.
AMORES, ARROUBOS, PAIXÕES
O amor é rasgado, derramado. O romantismo está em todo lugar. Amanda (Carolina Ferraz) e Herculano (Rodrigo Lombardi) não entendem como viveram até agora sem se conhecer. Eles se apaixonam no primeiro olhar. Mas esse amor encontrará muitas pedras e percalços no caminho. Amanda não tem certeza se ele merece todo sentimento que tem por ele. Herculano tem certeza de que a ama e de que ficarão juntos. Ela acha que ele não a ama tanto assim. Ele compreende que tudo tem sua hora, mas sempre se enrola nos próprios trambiques. Amanda teme não aguentar tamanha montanha-russa. Mas os dois desejam eternizar esse amor. "Iremos abusar do romantismo rasgado. Afinal, o mundo pode ter mudado, mas o desejo de amar e ser amado nunca mudou", comenta o autor Geraldo Carneiro.
A união de Márcio (Thiago Fragoso) e Lili (Alinne Moraes), assim como a de Heculano e Amanda, é tumultuada, cheia de paixão e de idas e vindas. Clô (Regina Duarte) e Salomão (Daniel Filho) têm tantas mágoas que não conseguem a paz. Felipe (Henri Castelli) só quer o dinheiro de Clô, e ela se apaixona pelo canalha. Salomão sonha com o amor de Lili e sofre quando descobre que é por seu filho que ela se apaixonou. Laura (Simone Soares) é maltratada pelo marido Neco (Humberto Martins), que, mesmo brigando com Lili, deseja a cunhada. Youssef (José Rubens Chachá) é louco por Magda (Vera Zimmermann), que o faz de gato e sapato. Já Amin (Tato Gabus) reprime a mulher Jamile (Carolina Kasting), que nem desconfia que seu marido tem um caso com a secretária Silvia (Bel Kutner). Mas Silvia sofre porque Amin não quer assumir seu relacionamento com ela. Em suma, amores e dissabores no ar.
O ASTRO REVISTADO
Samir (Marco Ricca) é o irmão mau-caráter e parceiro de Salomão Hayalla (Daniel Filho), um homem trabalhador, que de mascate se tornou o poderoso dono do Grupo Hayalla, em que se destaca uma rede fortíssima de supermercado. Salomão ainda tem mais dois irmãos: Youssef (José Rubens Chachá) e Amin (Tato Gabus). Todos são parceiros na empresa e estão de olho na herança. Salomão é o patriarca da família, casado com Clô (Regina Duarte), uma mulher da alta sociedade, e pai de Márcio (Thiago Fragoso), um jovem que renega toda fortuna do pai.
Márcio, por obra do destino, se torna amigo de Herculano (Rodrigo Lombardi) e passa a morar com ele na Penha, subúrbio onde vive a esfuziante Lili (Alinne Moraes). Pai e filho dividirão o amor por essa mulher. Na Penha também reside Neco (Humberto Martins), um sujeito sem escrúpulos, que no passado passou a perna em Herculano e agora vai tentar se livrar do desafeto de qualquer jeito. Salomão e Herculano são iguais em um ponto: atraem inveja por onde passam. Herculano mira alto, e o céu é o seu limite. Ele usará todos seus poderes, os convencionais e também os especiais, e chegará ao topo do poder. Salomão, para chegar aonde chegou, também pensou grande e, quando parece atingir o auge, é assassinado. A morte de Salomão beneficia muita gente. Mas quem será que matou Salomão Hayalla?
A trama é velha conhecida dos contemporâneos da década de 70. Janete Clair escreveu a história que fez o Brasil parar até o último capítulo. Todos queriam descobrir quem matou Salomão Hayalla e o desfecho do "talvez trambiqueiro" encantador Herculano Quintanilha. O suspense pegou até o poeta Carlos Drummond de Andrade, que escreveu em sua coluna logo após o fim da novela: "Agora que 'O Astro' acabou vamos cuidar da vida, que o Brasil está lá fora esperando".
Na nova versão, o público verá um Herculano e um Salomão do nosso tempo, dos anos 2000. "Estamos preservando os pilares básicos da história original. A nossa preocupação tem sido deixar as tramas com ares do século 21 e, assim, os personagens agirão em consonância com os hábitos dos anos atuais", explica o autor Alcides Nogueira. "Ainda que hoje em dia pareça que não temos tempo para falar de sentimentos, os personagens mostram o contrário. É o que todos querem em qualquer tempo: amar e ser amado. O amor derramado será uma das marcas de 'O Astro'", conclui o autor Geraldo Carneiro.
A VIAGEM AO PARANÁ
A primeira parada foi na estação do Marumbi que, na ficção, ilustrará a estação ferroviária de Bom Jesus do Rio Claro, cidade de Herculano (Rodrigo Lombardi). Logo depois, a equipe seguiu para o presídio do Ahú, em Curitiba. Desativada há quatro anos, a cadeia serve de cenário para as cenas da prisão de Quintanilha. O diretor-geral Mauro Mendonça Filho esteve à frente das gravações externas no Paraná. As paradas seguintes foram Antonina e Morretes, cidades históricas do litoral paranaense, onde foram registradas mais cenas da fictícia Bom Jesus do Rio Claro.
A equipe, que partiu do Rio de Janeiro, foi composta por cerca de 50 profissionais, entre eles, elenco, direção, produção, cenografia, engenharia, produção de arte, figurino, efeitos especiais, assistentes e até mágicos. Nas cenas da ferrovia, foram utilizados cerca de 80 figurantes locais. No presídio, em torno de 180 e, em Antonina e Morretes, mais de 200 pessoas fizeram parte da figuração.
No total, a produção gravou durante 12 dias no Paraná. Em Curitiba, gravaram os atores Rodrigo Lombardi, Francisco Cuoco, Marcella Muniz, como Doralice, ex-mulher de Herculano, e Bernardo Marinho, como Alan, filho de Herculano. No litoral, além do elenco citado, participaram Humberto Martins e Sergio Mamberti, como Frei Laurindo, entre outros.
CIDADE CENOGRÁFICA E ESTÚDIO
A cenografia é concebida por José Claudio, com o auxílio de Eliane Heringer, nos estúdios, Isabela Urman, nas gravações externas, e Fernando Meirelles, na cidade cenográfica. Para as gravações no Paraná, Isabela visitou até cadeia de verdade para ter referências reais e construir não só o presídio como a cadeia local, na qual Herculano (Rodrigo Lombardi) ficará preso. O próprio presídio do Ahú, em Curitiba, ainda tem celas que não estão totalmente desconstruídas, e assim Isabela pode reconstruir uma cela fictícia bem próxima da realidade, usando-as como referência. "A direção pediu realidade em todas as montagens. Pesquisamos para que o real e a ficção estivessem misturados a tal ponto de não sabermos diferenciar quando começa um e termina o outro. Em Antonina, usamos a própria cidade, com seu ar interiorano, e as interferências, como as bandeirinhas do Brasil para a Copa do Mundo, foram pensadas para dar um ar mais natural possível", explica minuciosamente a cenógrafa Isabela Urman.
Nos estúdios, foram levantadas as paredes da luxuosa casa de Salomão Hayalla (Daniel Filho), que segue a arquitetura de uma antiga mansão de Copacabana. Não muito longe, moram Youssef (José Rubens Chachá) e Amin (Tato Gabus), que terão suas casas cenográficas também em estúdio. O apartamento moderno e chique de Amanda (Carolina Ferraz) recebeu cenografia completa, com ares do bairro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. O cassino de Miriam (Mila Moreira) é todo ambientado em estúdio, assim como as casas da Penha, a de Neco (Humberto Martins), Herculano (Rodrigo Lombardi), o salão de Neco e a Kosmos. "Idealizamos a Kosmos como uma casa de shows muito autêntica e prática para gravações em televisão. Todos os pequenos detalhes foram pensados com calma para termos mais realismo em cena. A cor escolhida para o ambiente foi o azul marinho, que dá profundidade ao cenário", adianta o cenógrafo José Claudio.
A Penha ganhou uma cidade cenográfica só pra ela. O coração do Projac recebeu a reprodução de algumas ruas do bairro. O salão Penha Fashion e o bar Bafo de Ouro foram construídos para serem gravados por dentro e por fora. As ruas buscam retratar a parte residencial da Penha carioca. As casas de Neco, Herculano e Lili (Alinne Moraes) ganharam também fachadas. A Igreja da Penha estará lá, reproduzida por computação gráfica. "O salão Penha Fashion merece destaque na cidade cenográfica de 'O Astro'. Nele, foram criados três corredores que evitam a invasão de câmeras no cenário e ficam em volta do sobrado. Com isso, as câmeras podem ser posicionadas através dos espelhos e vitrines removíveis. Um dos corredores, por exemplo, é disfarçado por uma porta de entrada, que, quando for preciso, será aberta ou removida para a câmera entrar", explica o cenógrafo Fernando Meirelles.
A VIVÊNCIA DOS AMBIENTES
O pedido dos diretores foi claro: realismo. E a pesquisa da produção de arte foi intensa, desde workshop sobre a cultura libanesa até pesquisa local no bairro da Penha e consultas a mágicos para dar o tom certo aos ambientes que serão apresentados. Para a família Hayalla, Silvana Estrella, a profissional que assina a produção de arte de 'O Astro', criou a partir de traços do costume libanês. "Utilizamos sutilezas dessa tradição para construir uma vivência com muito realismo. Cada detalhe foi pensado e montado para tornar os ambientes mais vivos", explica Silvana. Na casa dos Hayalla, a ostentação pode ser observada através dos detalhes dourados, a prataria e a decoração forrada de vermelho, com arranjos de flores e objetos característicos da cultura libanesa.
Para dar vida à Penha, a equipe de produção de arte foi até as suas adjacências e fez registros do local. Camelôs e barraquinhas distintas serão montados na cidade cenográfica para dar movimento real às ruas do bairro fictício. Já o apartamento de Amanda foi pensado para acompanhar o perfil do personagem, uma arquiteta moderna. Sua casa é clean e elegante. A casa de shows Kosmos foi concebida como um espaço místico. Para isso, mágicos foram consultados sobre a vivência do velho teatro, que recebeu um espelho infinito, piso com figuras que remetem à galáxia e simulação de estrelas, além de mesa de centro e jogo de luzes.
Na viagem, o presídio foi o ponto alto para a produtora Estrella: "Temos como base a novela de Janete Clair produzida nos anos 70, e isso nos possibilitou criar espaços atuais, sem perder a essência da trama. Mas a cadeia fugiu desse pensamento. Foi muito cativante fazer a ambientação de um presídio verdadeiro. A estrutura era perfeita e abusamos disso".
AULAS DE ILUSIONISMO
Os atores que estão diretamente ligados ao show de ilusão, voaram para São Paulo e tiveram aulas com mágicos de verdade. Além do workshop, Rodrigo Lombardi e Ellen Roche ensaiam os números de magia com a ajuda de consultores, horas antes de executá-los para as câmeras. "Rodrigo (Lombardi) fará mágica de verdade. Investimos em aulas e uma consultoria acompanha as gravações dos shows de ilusionismo. Com isso, nos aproximamos cada vez mais da magia real", comenta o diretor Mauro Mendonça Filho.
CARACTERIZAÇÃO & FIGURINO
"A minha preocupação foi dar um ar contemporâneo para tudo". Assim começa Fernando Torquatto a falar da caracterização de 'O Astro', do qual é o conceituador, ao lado da supervisora de caracterização Carmen Bastos. A caracterização trabalha junto com o figurino, assinado por Lalibe Simão, que se preocupou em dar vida a cada um dos personagens de acordo com os tempos de hoje. O único que poderia estar em qualquer lugar do tempo é Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi). "Ele é um camaleão, um ser atemporal que se enquadra em todas as ocasiões. Como está além do bem ou do mal, abusei dos tons claros, que passam credibilidade. Ele vai usar os tons da realeza, desde os celestes aos verdes, gelos, brancos", descreve Lalibe.
Os cabelos de Quintanilha têm fios mais alongados e desalinhados. A barba está sempre por fazer, dando um ar casual, porém sensual. "Na hora do show, tudo muda. Os olhos delineados de preto, bem marcados e misteriosos, que, na primeira versão, foram uma marca, estão de volta nesta também", explica Torquatto. Nos dias em que Herculano for o Professor Astro, a transformação será proposital, e seu figurino ganhará ares de Las Vegas, abusando do cetim azulão e do famoso turbante. "Não tem como mexer no turbante. É um ícone. E também é uma homenagem à Calma Murtinho, que assinou o figurino da primeira versão", explica a figurinista Labibe Simão.
AS MULHERES
Em 'O Astro', a pedido da direção, as mulheres estão muito femininas. A sensualidade é sublinhada em cada uma delas, a sua maneira. Umas no figurino e caracterização, outras na atitude.
Amanda (Carolina Ferraz) é uma mulher cosmopolita e o figurino abusa de linhas assimétricas, inspiradas no art déco. É uma mulher sofisticada e com personalidade forte. Seus cabelos estão na altura do ombro com ondas largas, uma leve inspiração nas mulheres dos anos 70, como Lauren Hutton. Apesar de estar sempre com uma maquiagem simples, os detalhes são luxuosos. Usa decotes profundos e cores fortes ou neutras, como o nude. Nunca está no meio-termo.
Lili (Alinne Moraes) é uma menina do subúrbio, livre e selvagem. Seu figurino é simples. Uma das apostas é o tamanco de corda, além de sandálias mais altas. Vai sempre estar com camisetinhas, usar rendas e estampas miúdas. Seus cabelos são castanhos escuros, longos e ondulados, com movimento natural. A maquiagem é limpa, como se passasse apenas um lápis preto na parte interna do olho. Apresenta um look sexy casual. Na boca, hidratante e só.
Clô (Regina Duarte) é uma mulher sempre em ebulição. Seus cabelos castanhos médio são sempre exuberantes, à la Elizabeth Taylor. Tem olhos bem marcados com o ar libanês, mas a boca é mais neutra. Ela é muito sexy e expressiva. A palheta de cores é quente e mistura estampas, ouro e vermelhos. Este é um figurino inusitado, que sempre vai "combinar descombinando", sem nunca perder a classe, mas sempre puxando para o exagero.
Valéria (Ellen Roche) é a ajudante do Professor Astro. Ela é loiríssima, inspirada em Brigitte Bardot. Tem franja lisa e cachos com babyliss. Os olhos são bem marcados de preto. No show, a boca é vermelha ou pink. Fora dele, é neutra. Na Kosmos, Valéria é uma pin-up, inspirada em Dita Von Teese. Mesmo quando não está no trabalho, seu figurino continua acinturado e bem justo.
Beatriz (Guilhermina Guinle) é uma mulher muito segura, bem-sucedida e decidida. Esbanja sensualidade e é sexy até no jeito de andar. É uma mulher que balança, por isso vai abusar de saias e vestidos. Suas roupas terão muito molejo e transparências. O cabelo é caramelo e fica na altura do seio, com ondas largas. A maquiagem é leve, mas com a boca sempre sensual. A palheta de seu figurino tem cores vibrantes, puxando para o terra, o laranja e o pink.
Jôse (Fernanda Rodrigues) é uma mulher delicada e descolada. Seus cabelos desalinhados são loiros cinza com uma franja sensual. A maquiagem em tom pêssego acompanha o ar romântico da fotógrafa. Suas roupas são finas, de gente rica, mas nada da moda, o que mostra o desapego material. Ela abusa de tons pastéis.
Jamile (Carolina Kasting) e Nádia (Vera Zimmermann), as mulheres de Amin (Tato Gabus) e Youssef (José Rubens Chachá), respectivamente, são o extremo oposto. Enquanto uma é a delicadeza, a outra é a exuberância. Jamile é discreta, tem cabelos escuros e usa tons pastéis, levemente inspirado na cantora Carla Bruni. Nádia é super vaidosa e adora ostentar a riqueza. Com cabelos loiríssimos, ela usa muita cor e exagero nas joias e estampas.
Miriam (Mila Moreira) é dona de um cassino e por isso está sempre pronta para todas as situações. Seu figurino é noturno e a maquiagem pesada, mas casual.
OS HOMENS
Os homens da família Hayalla têm a masculinidade em evidência. Todos os códigos masculinos, como costeleta, bigode e cavanhaque, estão presentes na família. O acento libanês tem realce até nos cabelos com fios um pouco mais alongados. No figurino, o deslize estará presente em cada um deles. É uma família da qual o politicamente correto passa longe. O figurino abusa de tons escuros e detalhes coloridos.
Márcio (Thiago Fragoso) é o garoto de uma roupa só. Tem o desapego de quem só veste calça jeans e camiseta. Ele usa um amuleto com uma pomba de madeira em referência a São Francisco.
O núcleo da Penha tem o figurino cheio de cores, estampas e alegria. Ninguém é pacato por lá. Neco (Humberto Martins) é a figura da pura malandragem. Está sempre de bermudão, camiseta e camisa estampada. Natal (Antonio Calloni) é o homem mais influente do bairro. Usa muito ouro e blusas de seda. Ostenta seu poder. Os sapatos de Natal são uma atração à parte, sempre com exagero e até dois tipos de pêlos tramados.
Os cúmplices Felipe (Henri Castelli) e Henri (João Baldasserini) se completam. Felipe é o estereótipo do gigolô. Mesmo sem grana, ele sempre está com roupas de marca que o deixam sensual. Henri também gosta de se vestir, mas não liga tanto para grifes e sim para moda. É "antenado" no mundo fashion e usa figurino justo ao corpo.
ENTREVISTA COM OS AUTORES
Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro assinam a releitura de 'O Astro'. Trabalharam juntos em 'JK', minissérie de Maria Adelaide Amaral, e, a convite de Roberto Talma, formaram a dupla que mergulha na obra de Janete Clair com o desafio de recriar personagens contemporâneos mantendo os ícones usados pela autora na obra original.
Alcides Nogueira é formado em Direito com pós-graduação em Genebra. Sonhava em ser diplomata, porém, o futuro lhe pregou uma peça. Em 1970, começou a trabalhar na Editora Abril, onde conheceu escritores como Maria Adelaide Amaral, Walther Negrão e Ignácio de Loyola Brandão. Depois de um tempo atuando como crítico teatral, começou a produzir seus próprios textos. Em 1981, estreou "Lua de Cetim", peça pela qual recebeu o Prêmio Molière. O segundo Molière veio logo em seguida, em 1982, quando o escritor adaptou para o teatro o romance "Feliz Ano Velho", de Marcelo Rubens Paiva. O reconhecimento como dramaturgo fez com que o diretor Paulo Ubiratan o convidasse para integrar a equipe de redatores de teledramaturgia da TV Globo. Seu primeiro trabalho foi no programa 'Caso Verdade', ainda em 1982. Desde então, Alcides esteve presente em telenovelas como 'O Salvador da Pátria', 'Rainha da Sucata', 'Pátria Minha', 'A Próxima Vítima', 'Torre de Babel', 'Força de um Desejo', 'O amor está no Ar', 'Ciranda de Pedra' e 'JK'.
Geraldo Carneiro é poeta, letrista, roteirista de televisão, teatro e cinema. Ainda criança, conviveu com escritores e músicos que frequentavam sua casa, entre eles, Paulo Mendes Campos, Jacob do Bandolim e Tom Jobim. Desde os 16 anos, assinou letras de músicas que viriam a fazer sucesso nas vozes de Ney Matogrosso, Gal Costa e Vinicius de Moraes. Em 1970, iniciou uma parceria que se estenderia por 12 anos com o músico Egberto Gismonti. Foi parceiro também de Astor Piazolla, Wagner Tiso e Francis Hime. Publicou dez livros de poesia, entre os quais "Piquenique em Xanadu", em 1988, prêmio Lei Sarney de melhor livro do ano. Na televisão, Geraldo estreou em 1983, como colaborador de Bráulio Pedroso na minissérie 'Parabéns pra Você', exibida pela TV Globo. A partir daí, fez parte de muitos projetos de séries da emissora, como 'Terça Nobre' e 'As Cariocas'. Escreveu as séries 'O Sorriso do Lagarto' (em parceira com Walther Negrão), 'Faça Sua História' (com João Ubaldo Ribeiro), e foi autor e supervisor de texto do programa 'Você Decide'.
Na época em que foi exibida a novela 'O Astro', vocês vivenciaram a comoção em torno da trama de Janete Clair. Como é, para vocês, hoje, entrar no mundo da dama da teledramaturgia e revisitar uma obra de tanta importância? Qual era a ligação de vocês com Janete, chegaram a conhecer e conviver com ela?
AN: Não conheci Janete pessoalmente. Foi uma pena, pois sempre tive grande admiração por ela. Acho que a única forma saudável de se revisitar a obra dela é não sacralizar Janete. Acho que nem ela gostaria que fosse assim. Janete sempre ousou. Então, ousemos por ela.
GC: Adorava a música de abertura, do João Bosco e Aldir Blanc. Também adorava o casal Dina Sfat e Francisco Cuoco, sobretudo quando ele usava o turbante, que lhe dava um ar dos filmes da minha infância. O assassinato de Salomão Hayalla, além de provocar comoção em todo o Brasil, quase virou assunto de segurança nacional, como se dizia naqueles tempos negros da ditadura militar. Que bom que a ditadura passou e o Astro reencarnou aqui. Não conheci pessoalmente Janete Clair, mas aprendi a admirá-la pela criatividade, o senso dramático e o despudor. Tomara que, por vias transversas, tenhamos a capacidade de aprender sua lição de lirismo e drama.
Geraldo já trabalhou muitas vezes com o diretor Roberto Talma. E você, Alcides, já trabalhou com diretor Mauro Mendonça Filho uma vez. Agora, os dois têm a possibilidade de trocar experiências. Com tem sido experimentar essas novas parcerias?
AN: Trabalhei com Mauro Mendonça Filho em 'Força de um Desejo', novela de Gilberto Braga e minha. Tenho um grande orgulho dessa obra. Maurinho é um homem culto, que conhece não só o universo da telinha, mas literatura, cinema, teatro (é ótimo diretor), música, artes plásticas... Há uma grande convergência de interesses. Quanto ao Talma, por incrível que pareça, com trinta anos de televisão, ainda não tinha participado de nenhum projeto com ele. E sentia muita falta disso, pois, pra mim, o Talma é um dos grandes nomes da nossa televisão. Não é só uma questão de experiência, mas de sensibilidade e inteligência. Ele é o pai deste projeto. Quando ele me convidou, fiquei imensamente feliz. Ainda mais para formar uma dupla com Geraldo Carneiro.
GC: Tive o privilégio e alegria de trabalhar com Roberto Talma umas cinquenta vezes. Mas ele sempre me surpreende pela criatividade e pela capacidade de compreender um texto. Espero que tenhamos outras cinquenta aventuras pela frente. Com Mauro Mendonça Filho só tive a sorte de trabalhar uma vez, mas como autor em uma adaptação de "A Megera Domada", em parceria com Millôr Fernandes, há dez anos. E já nos primeiros encontros senti a harmonia entre todos nós. Sempre que temos que decidir algum ponto da minissérie é concerto, orquestrado e em sintonia.
Vocês dois já trabalharam juntos na minissérie 'JK' em parceria com Maria Adelaide Amaral. Mas é a primeira vez que trabalham em dupla. Como está sendo dividido o trabalho entres vocês e o que esperam dessa cumplicidade?
AN: Geraldo é um amigo do coração, e é muito difícil traduzir em palavras o que vivencio com ele neste trabalho. Somos cúmplices, companheiros, conspiradores! Há uma sintonia afinadíssima entre nós. Trocamos figurinhas o tempo todo. Geraldo me estimula, com sua inteligência, com sua poesia, com seu humor refinadíssimo. Somos felizes!
GC: Eu já admirava Alcides Nogueira desde que ele escreveu uma série de peças sobre Gertrude Stein e James Joyce. Assisti duas vezes à "Ópera Joyce", mais de vinte anos atrás. Sem nenhum exagero, eu o considero um dos melhores dramaturgos que já li e assisti. Com as qualidades dramatúrgicas que tem, Alcides podia se dar ao luxo de ser um chato ou um pedante. Mas, como se não bastasse, é uma pessoa admirável pelo caráter, o refinamento e o senso de humor. Melhor, impossível.
Os personagens ganharam contemporaneidade nessa releitura. E o amor rasgado é um dos pilares. Como pretendem mostrar esse amor que parece estar tão longe do agitado cotidiano atual?
AN: Mostraremos o amor rasgado da maneira mais despudorada possível! O amor é livre, não tem amarras. O mundo anda feio, meio sem graça... o amor pode trazer mais alegria e emoção para os telespectadores.
GC: O amor é fundamental, na vida e na arte. Nossos personagens expressam essa necessidade central do amor. Quando não em suas falas, pelo menos em sonhos e pensamentos. De vez em quando, baixa um espírito de Petrarca, Dante, Noel Rosa ou Luiz Carlos da Vila em um de nossos heróis ou anti-heróis. Creio que Janete Clair aprovaria disso.
Na primeira versão, Lili e Neco moravam no Engenho Novo. Por que escolheram a Penha como subúrbio da minissérie 'O Astro'?
AN: Pensamos na Penha por ser um bairro que está voltando a respirar. Com a retomada da região pelos moradores, a Penha volta a ser um lugar de paz e alegria como sempre foi. E, assim, queremos homenagear o bairro e sua história.
GC: História essa que muita gente pode desconhecer, mas a Penha já foi um bairro que ditava sucessos. Há alguns anos, a festa da Penha era frisson no Rio. Era ali que as músicas eram testadas. Se tinham aprovação, não dava outra: sucesso na cidade toda. Na Penha nasceu muito bamba, como Luiz Carlos da Vila, que muitos pensam ser de Vila Isabel, mas que na verdade é cria da Vila da Penha.
Qual é a sua principal motivação para ser autor de novelas?
AN: Saber que a minha criação está sendo compartilhada por milhões de pessoas. Não é pouco....
GC: O mais comum na minha vida é a poesia, que é só uma voz perdida no labirinto da solidão de cada um. Já um autor de novelas tem o dever de orquestrar muitas vozes. Tem que se dividir entre a extrema humildade de ouvir e reconhecer cada uma dessas vozes, e, ao mesmo tempo, brincar de ser o pequeno Deus que dá sentido à conjugação delas.
ENTREVISTA COM DIRETORES
Roberto Talma e Mauro Mendonça Filho trabalharam juntos em projetos como 'A Comédia da Vida Privada', 'Toma Lá Dá Cá' e 'Negócios da China'. Agora se unem novamente para a realização de 'O Astro', novela de Janete Clair revisitada por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro.
ROBERTO TALMA
Filho de uma família circense, Roberto Talma começou a carreira profissional aos nove anos, integrando um grupo de sapateado que se apresentava no programa 'A Grande Gincana Kibon'. No início da década de 60, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, trabalhou por um tempo na antiga emissora TV Rio, passando também pela TV Excelsior e pela TV Tupi, até ser contratado pela TV Globo, em 1969. Na emissora, Roberto Talma começou como operador de videoteipe e, ainda no início da década de 70, foi transferido para o núcleo de dramaturgia, onde passou a editar novelas e a trabalhar com o diretor Daniel Filho. Seu primeiro trabalho foi na novela 'Selva de Pedra' (1972), de Janete Clair, dirigida por Walter Avancini.
Você participou do processo de escolha da obra 'O Astro' para a comemoração dos 60 anos de teledramaturgia no Brasil? Por que 'O Astro'? Qual a importância dessa obra?
RT: Sim, foi uma decisão junto à direção da TV Globo, não só para celebrarmos os 60 anos da telenovela, mas também para matarmos a saudade de Janete Clair. Em termos de importância dessa obra, basta lembrar a frase que o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu em sua coluna logo depois do fim da novela: "Agora que 'O Astro' acabou, vamos cuidar da vida, que o Brasil está lá fora esperando".
Sua carreira profissional começou aos nove anos, como dançarino e ator. Logo, nos anos 60, já circulava pelos bastidores da TV e, em 1969, estava contratado pela TV Globo. Trabalhou em inúmeras novelas de Janete Clair. Como era sua relação com a dama da teledramaturgia brasileira? Como se sente em participar de uma releitura de suas obras?
RT: A minha relação com ela sempre foi a melhor possível, ela era muito amiga. Estou feliz, não só pela importância do projeto, mas, principalmente, pelo fato de a obra da Janete ser revisitada.
Trabalhou também com Daniel Filho por muitas vezes. É a primeira vez que o dirige como ator? Como é para você dirigir um diretor?
RT: É sempre bom gravar com gente de talento e amigo da vida inteira.
O processo de escalação de elenco é, com certeza, um dos mais importantes em uma novela ou minissérie. Como foi feita essa escolha em 'O Astro'? Como é a parceira entre você, Mauro Mendonça Filho e os autores Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro?
RT: O processo foi feito com bastante calma e muita conversa entre eu, o diretor-geral Mauro Mendonça Filho, Geraldo e Alcides.
Os autores chegaram a comentar que foi você que juntou a dupla para esse trabalho. Por que pensou nessa junção de Alcides com Geraldo?
RT: O Geraldo e eu trabalhamos há muito tempo juntos, com vários projetos. Estava com saudade de nos juntar de novo. O Alcides, eu sempre o admirei e tinha vontade de fazer alguma coisa com ele. Aí, pintou 'O Astro', uma boa chance de unir os dois amigos.
Você tem 42 anos de TV Globo. Participou de toda história da emissora e acompanhou de perto a evolução da teledramaturgia no Brasil. Quais foram os ganhos na produção de uma novela, em sua opinião? O que vai usar de novas tecnologias em 'O Astro'?
RT: A evolução na televisão é cada vez maior e pode ser sentida na cenografia, figurino e luz. Sem falar dos autores antenados com seu tempo e o uso da tecnologia para nos aproximarmos cada vez mais da realidade. Em 'O Astro', vamos usar de tudo um pouco.
Você já dirigiu muitos trabalhamos importantes. Isso aumenta a pressão na hora de assinar um especial como 'O Astro'?
RT: Sim, foram muitos. A cobrança é cada vez maior e vem direto do telespectador, que nos obriga a ter cada vez mais atenção.
MAURO MENDONÇA FILHO
Mauro Mendonça Filho tem formação em comunicação, cinema, artes dramáticas e direção de teatro, o que lhe rendeu a versatilidade de atuar como diretor de teatro, cinema e televisão. Ingressou na TV Globo em 1984, como editor na novela 'Partido Alto', de Aguinaldo Silva e Glória Perez. Em 1988, começou como assistente de direção da novela "Vale Tudo", de Gilberto Braga. Dois anos depois, já assinava como diretor a minissérie 'A.E.I.O. Urca', de Doc Comparato e Carlos Manga. Em 1995, assinou a primeira direção geral, no especial 'A Comédia da Vida Privada', com textos de Luís Fernando Veríssimo, Jorge Furtado, Guel Arraes, Pedro Cardoso, Claudio Paiva, Fernanda Young. Desde o começo de sua carreira na televisão, participou da concepção de trabalhos como 'O Dono do Mundo', 'Renascer', 'Memorial de Maria Moura', 'Toma Lá Dá Cá', 'Negócios da China' e 'S.O.S Emergência'.
'O Astro' não tem um formato convencional nem de uma novela, nem de minissérie. Por que criar um novo formato e não seguir um padrão já adotado pela emissora? Seria uma aposta?
MMF: É uma aposta em um novo horário e um novo formato. Queremos trazer o público de minissérie que quer ver uma obra feita com mais cuidado, e também aproximar o público de novela que quer acompanhar por um tempo maior a história. Isso já seu certo em outras minisséries que foram ao ar nas férias, como 'Um Só Coração' e 'A Muralha', mas agora é no meio do ano, no meio da vida cotidiana. Sim, é uma aposta.
'O Astro' foi escolhido para a comemoração dos 60 anos da teledramaturgia do Brasil. O que pensa dessa seleção? Você assistiu à novela de Janete Clair? Do que se lembra?
MMF: Acho uma bela escolha e fico feliz por participar desse especial da TV Globo. Vi 'O Astro' inteira quando era adolescente. Acompanhava os passos de cada personagem. Ficava extremamente intrigado com o Herculano, que era o Francisco Cuoco, com aquele turbante. Era demais! Ninguém sabia se ele era do bem ou do mal. E vamos manter essa ambiguidade nessa versão.
Então, para você que acompanhou de perto os mistérios que circulavam sobre Herculano, diga-nos como é hoje dirigir Francisco Cuoco e Rodrigo Lombardi, mestre e discípulo, respectivamente? E de quem foi a ideia de chamar Cuoco para essa releitura?
MMF: É muito emocionante. Quando vi os dois juntos cheguei para o (Francisco) Cuoco e disse "Você é o Herculano, 30 anos depois, mas é o mesmo". E virei para o Rodrigo (Lombardi) e disse "Ele é o Herculano, então, ele é você". Virou um o alter ego do outro. É mágica. Ninguém ao certo sabe quem é quem. O Ferragus aparece durante a história para o Herculano. É como se fosse uma projeção dele no futuro. É uma experiência que suscita muitas interpretações. A participação de Cuoco foi uma ideia conjunta do Talma, do Alcides Nogueira e Geraldinho. Resolvemos fazer essa homenagem.
Você cresceu no meio artístico, conviveu com atores, diretores e autores. E com Janete Clair, chegou a conhecê-la? Como está sendo participar da releitura de um dos clássicos da dama da teledramaturgia?
MMF: Foi um presente. Quando eu era moleque, brincava muito na casa dela. Passei tardes por lá e tive o prazer de vê-la trabalhar. Ela é sem dúvida a autora mais ousada que a telenovela já teve. Janete (Clair) estava à frente de seu tempo. A obra ('O Astro'), hoje, está completamente encaixada no tempo. Atualmente, não existe herói retilíneo. Qualquer tipo de herói sempre tem uma imperfeição. E olha como ela já estava à frente: o herói dessa novela é o Herculano, um cara que você não sabe se é um charlatão ou um vidente mesmo.
Como se sabe, em uma obra revisitada, há liberdade de mudar alguns rumos e inserir novas perspectivas. Como você vai direcionar essas mudanças? Elas existirão?
MMF: Sim, a trama está toda voltada para os dias atuais. Os rumos serão diferentes, Herculano será mágico, além de vidente, por exemplo. Mas os ícones estarão todos ali. Se virou ícone, é porque o público quer que esteja lá. Se for pra mexer, precisa melhorar. Como em 'O Astro' as ideias já são muito boas, não vamos mexer nesses pilares, como o turbante. Porém, quem matou Salomão Hayalla é segredo de Estado!
Herculano será um mágico, além de vidente. Por que não ficaram com a primeira opção escolhida por Janete Clair?
MMF: Os poderes mudam ao longo do tempo, a tecnologia entra. Hoje, quando falo em magia ou mágico, o que vem na sua mente? Possivelmente, David Copperfield. Queremos mexer com a imaginação das pessoas contemporâneas, e a magia faz parte da gente, do nosso imaginário.
PERFIL DOS PERSONAGENS
HERCULANO QUINTANILHA (Rodrigo Lombardi) - Homem extremamente sedutor e carismático. Irradia um magnetismo muito forte. Sempre viveu de golpes, até ser preso. Na cadeia, aprendeu sobre astrologia, vidência, telepatia e mágica com o velho Ferragus (Francisco Cuoco). Será com esse arsenal, aliado à sua incrível inteligência, que Herculano subirá na vida, exercendo enorme influência sobre a poderosa família Hayalla. Ele é um grande estrategista, capaz de engendrar incríveis situações e sempre tirar proveito delas. Mas também ganha inimigos com isso. É um herói ambivalente, dotado de afeto e fidelidade às pessoas de quem gosta, como Márcio Hayalla (Thiago Fragoso), com quem estabelece uma relação de respeito e afeto. Viverá com Amanda (Carolina Ferraz) a grande história de amor da minissérie!
OS HAYALLA
SALOMÃO (Daniel Filho) - Imigrante libanês que fez fortuna graças ao seu trabalho incansável. Homem duro, seco, muitas vezes áspero, mas que faz questão de prezar os valores éticos. Fundou o Grupo Hayalla, que engloba uma poderosa rede de supermercados e vários outros negócios lucrativos. Delegou funções específicas para os irmãos, mas supervisiona tudo. A última palavra é sempre dele. Despótico, dá broncas terríveis nos irmãos pela incompetência deles na gestão dos negócios. Essas rixas de família farão com que, mais tarde, os irmãos Hayalla sejam suspeitos do assassinato de Salomão. Ele conduz com mão-de-ferro seus negócios, uma ideologia que se opõe ao neo-hippismo de seu filho Márcio (Thiago Fragoso). Casado com Clô (Regina Duarte). Apaixona-se por Lili (Alinne Moraes), que trabalha em um de seus supermercados. É um amor cândido e platônico, que mostrará um outro lado de Salomão.
CLÔ (Regina Duarte) - Mulher de Salomão (Daniel Filho). O casamento foi arranjado entre as duas famílias. A de Clô percebeu que Salomão era sua chance de escapar da bancarrota. Clô é bonita, inteligente e alegre. Fútil e fofoqueira, está sempre muito mais preocupada com sua intensa vida social do que com a família, mas ama o filho Márcio (Thiago Fragoso), apesar de todas as diferenças entre os dois. Clô tem um caso com o jovem Felipe Cerqueira (Henri Castelli). Quando conhece Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi), simpatiza imediatamente com ele, que se aproveitará disso para aumentar sua ascendência sobre a família.
MÁRCIO HAYALLA (Thiago Fragoso) - Único filho de Salomão (Daniel Filho) e Clô (Regina Duarte). Tem paixão pela música e pela figura de São Francisco de Assis. Quer viver como ele, na simplicidade. Se despoja, performaticamente, de seus bens materiais, para desgosto e escândalo de seu pai. Nem passa pela cabeça de Márcio tomar parte nos negócios do Grupo Hayalla. Acredita no desenvolvimento sustentável, na erradicação da miséria, na inclusão social. Para ele, é possível existir um mundo melhor. Vai se apaixonar por Lili (Alinne Moraes), formando um triângulo com Salomão, seu próprio pai.
MAGDA (Rosamaria Murtinho) - Tia de Clô (Regina Duarte). Solteira, foi viver com a família Hayalla. Mulher bondosa, mas firme quando precisa ser. Não aprova o modo de vida de Clô. Magda se preocupa muito com Márcio (Thiago Fragoso), que a respeita e tem muito carinho por ela. É aquela que ouve e sabe de tudo o que acontece na casa dos Hayalla.
YOUSSEF (José Rubens Chachá) - Irmão de Salomão (Daniel Filho). Bonachão, prefere não discutir e viver bem com todos. Mas é sempre instigado por sua mulher Nádia (Vera Zimmermann), que acha que Salomão não dá o devido valor ao marido, com sua preferência explícita por Samir (Marco Ricca). Salomão, realmente, não acha Youssef muito brilhante, mas mesmo assim conferiu a ele o controle das exportações e importações do grupo, além das relações comerciais com outras empresas.
NÁDIA (Vera Zimmermann) - Mulher de Youssef (José Rubens Chachá). É inteligente e dissimulada. Aos olhos de toda a família, mostra-se cordata e amável, mas sempre que pode instiga Youssef a exigir mais de Salomão (Daniel Filho). É com muita habilidade que consegue manipular o marido e todos ao seu redor, fazendo-os cometer torpezas e traições.
AMIN (Tato Gabus) - Irmão de Salomão (Daniel Filho). Sério, mas mais maleável que Salomão. É o responsável pelas atividades do Grupo na Bolsa de Valores e outros negócios. Vive ocupado e não dá a mínima para a esposa Jamile (Carolina Kasting) e para o filho Aminzinho (Jefferson Goulart). É o confidente do irmão Samir (Marco Ricca). Tem um caso com Sílvia (Bel Kutner), a secretária.
JAMILE (Carolina Kasting) - Casada com Amin (Tato Gabus). Uma mulher triste e quieta. Obedece cegamente ao marido, mesmo sendo praticamente ignorada por ele. Nem desconfia que o marido a trai.
AMINZINHO (Jefferson Goulart) - Filho de Amin (Tato Gabus) e Jamile (Carolina Kasting). Desde moleque, foi ligado em tecnologia. Fascinado por informática, é um jovem hacker, que já conseguiu entrar nos computadores menos protegidos da família. Sua habilidade fará com que descubra segredos e falcatruas dos Hayalla.
LUÍSA (Hanna Romanazzi) - Namorada de Aminzinho (Jefferson Goulart). Acha-se mais idiota ainda diante da super inteligência de Amin.
SAMIR (Marco Ricca) - O irmão solteiro e mais novo de Salomão (Daniel Filho) é o preferido dele. Muito inteligente e sagaz, Samir é o responsável pelos negócios imobiliários do Grupo Hayalla. Sabe que Márcio (Thiago Fragoso) não quer ocupar o lugar do pai na presidência do Grupo e se prepara para tomar o lugar dele. Quer se casar com Amanda (Carolina Ferraz). Com isso, terá a mulher que deseja e também a construtora da família dela.
BEATRIZ (Guilhermina Guinle) - Consultora jurídica do Grupo Hayalla. Grande amiga de Amanda (Carolina Ferraz) e sua confidente, Beatriz é uma mulher livre, que faz o que bem entende e dificilmente cai na lábia de algum homem. Mas se sente só. Tem um caso com Samir (Marco Ricca), mas sabe que ele é louco por Amanda.
SÍLVIA (Bel Kutner) - Secretária particular de Clô (Regina Duarte). Resolve todos os problemas da patroa com habilidade. Até os mais complicados. Tem um caso com Amin (Tato Gabus), mas ninguém sabe disso. Passa muitas informações ao amante. Amin é um dos poucos que sabe do caso de Clô com Felipe Cerqueira (Henri Castelli).
HENRI (João Baldasserini) - Cabeleireiro particular de Clô (Regina Duarte), com livre acesso à casa dos Hayalla. Ambicioso, mas muito discreto e habilidoso quando expressa suas opiniões. Exerce grande influência sobre Clô e tem uma cumplicidade sem igual com Felipe (Henri Castelli).
INÁCIO (Pascoal da Conceição) - Copeiro da casa do Hayalla. É um homem de formação refinada, pois foi copeiro de famílias elegantes dentro e fora do Brasil. Inácio pode guardar o mistério de sua origem profissional e isso será usado por Felipe (Henri Castelli) e Henri (João Baldasserini) para chantageá-lo.
LOURDINHA (Lara Rodrigues) - Empregada da casa dos Hayalla. Não leva nada muito a sério, nem mesmo as ordens do copeiro Inácio (Pascoal da Conceição). Vive suspirando pelos cantos por Felipe (Henri Castelli).
JOAQUIM (Luca de Castro) - Jardineiro da casa dos Hayalla. Homem bom e generoso. Gosta muito de Márcio (Thiago Fragoso). Viúvo, é pai de Olavo (Rafael Losso). Sabe de muita coisa que acontece na casa, mas prefere manter o silêncio. Todos têm medo de que ele saiba muito e, um dia, se disponha a falar.
OLAVO (Rafael Losso) - Perdeu a mãe muito cedo e foi criado pelo pai. Cresceu junto com Márcio (Thiago Fragoso), de quem é até hoje o melhor amigo. Trabalha em um dos supermercados do Grupo Hayalla.
CARMEM (Marian Bassoul) - Secretária do Grupo Hayalla.
OS MELLO ASSUNÇÃO
AMANDA (Carolina Ferraz) - Linda, sensual, inteligente e culta. Uma mulher que tira o fôlego de todos os homens. A arquiteta é a responsável pelos projetos mais importantes da construtora do seu pai. Como este não quer saber dos negócios, Amanda é a principal figura da empresa. Vive decepcionada com os homens, porque acredita que jamais encontrou algum que estivesse à sua altura. É assediada constantemente por Samir Hayalla (Marco Ricca), que quer conquistá-la não só pela paixão, mas para conseguir o controle da Construtora. Tudo isso muda quando encontra Herculano (Rodrigo Lombardi), que vai fasciná-la pela inteligência, pela capacidade de adivinhá-la e de compreender os seus mistérios melhor do que ela mesma, e pela sensualidade. Vai viver com Herculano Quintanilha uma grande história de amor.
JÔSE (Fernanda Rodrigues) - Irmã mais nova de Amanda (Carolina Ferraz). Com a morte da mãe, foi praticamente criada por ela. As duas se dão muito bem, mas Jôse é o oposto de Amanda. Fechada e insegura, é apaixonada por Márcio Hayalla (Thiago Fragoso) desde criança. Torna-se uma fotógrafa de renome.
ADOLFO MELLO ASSUNÇÃO (Reginaldo Faria) - Pai de Amanda (Carolina Ferraz) e Jôse (Fernanda Rodrigues). Um bon-vivant e jogador irrecuperável. Recebeu a Construtora Mello Assunção do seu sogro e a levou à falência. Assunção está prestes a se casar com Míriam (Mila Moreira), uma deslumbrada. Amanda não suporta Miriam e vice-versa.
MÍRIAM (Mila Moreira) - Vai se casar com Adolfo Assunção (Reginaldo Faria). O caso nasceu no cassino clandestino de Míriam, que, agora, arranca o que bem quer do futuro marido, para desespero de Amanda (Carolina Ferraz). É amiga de Clô (Regina Duarte), com quem troca figurinhas e fofocas sobre a vida social.
NILZA (Tuna Dwek) - Secretária de Amanda (Carolina Ferraz) na construtora. Mulher discreta e excelente funcionária.
DR. CERQUEIRA (Celso Frateschi) - Um dos diretores da Construtora Mello Assunção. Ele e Amanda (Carolina Ferraz) se dão muito bem. Sua ex-mulher mora em Paris e ele mora com o filho, Felipe (Henri Castelli). Mantém de longa data uma boa relação com a família Hayalla. Homem honesto, sofre vendo no que se transformou o único filho. Mas não consegue interferir na vida de Felipe.
FELIPE (Henri Castelli) - Filho único de Cerqueira (Celso Frateschi). Até a adolescência, foi muito amigo de Márcio Hayalla (Thiago Fragoso), mas eles se distanciaram quando Felipe se ligou a um grupo de jovens delinquentes da classe alta. Felipe tem um caso com Clô Hayalla (Regina Duarte).
ARTUR (Rafael Primot) - Amigo de Felipe (Henri Castelli). Faz tudo o que Felipe manda.
OS DA PENHA
NECO (Humberto Martins) - Foi comparsa de Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) no roubo dos donativos para a igreja de Bom Jesus do Rio Claro. Veio para o Rio de Janeiro e procurou mudar de vida. Casou-se com Laura (Simone Soares), montou um salão de beleza e tem loucura por seus filhos Nequinho (Diego Kropotoff) e Kelly (Anna Luiza Anillo). Implica com sua cunhada Lili (Alinne Moraes), mas, na verdade, morre de vontade de tê-la em seus braços. Neco será um dos grandes inimigos de Herculano.
LAURA (Simone Soares) - Mulher de Neco (Humberto Martins) e mãe de Nequinho (Diego Kropotoff) e Kelly (Anna Luiza Anillo). Uma moça bonita, agradável, que sempre sonhou em ser bailarina, mas acabou como dona de casa. Filha de Consolação (Selma Egrei) e irmã de Lili (Alinne Moraes). Conversa muito com Herculano (Rodrigo Lombardi) e tem muita estima por ele, o que irrita Neco.
NEQUINHO (Diego Kropotoff) e KELLY (Anna Luiza Anillo) - Filhos de Neco (Humberto Martins) e Laura (Simone Soares).
LILI (Alinne Moraes) - Irmã de Laura (Simone Soares) e filha de Consolação (Selma Egrei). Uma jovem linda, alegre, de bem com a vida e sempre pronta a enfrentar qualquer dificuldade. No começo da história, ela trabalha como manicure no salão do cunhado Neco (Humberto Martins), até perceber que este quer lucrar mais ainda com ela. Lili deixa o salão e vai para um dos supermercados do Grupo Hayalla. É lá que Salomão (Daniel Filho) a conhece e se apaixona imediatamente pela moça. Um amor terno e platônico. Mais tarde, quando conhece Márcio (Thiago Fragoso), Lili reconhece nele o verdadeiro amor. Os dois vivem uma bela, mas difícil história de amor, que irá evocar a fúria de Salomão. Nesse momento, Lili é demitida do supermercado e vai trabalhar como taxista.
CONSOLAÇÃO (Selma Egrei) - Mulher forte e sofrida, mas com um coração grande. Abandonada pelo marido, conseguiu criar as duas filhas Laura (Simone Soares) e Lili (Alinne Moraes) fazendo salgados e doces para fora.
TÂNIA (Carolina Chalita) - Amiga de Lili (Alinne Moraes), trabalha como operadora de caixa no supermercado. Adora ir aos bailes funk.
NATALINO (NATAL) (Antônio Calloni) - Dono da casa noturna Kosmos, na Lapa, frequentada por pessoas de todos os tipos e tribos, onde Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) irá se apresentar. É amigo de todo mundo, mas perde as estribeiras quando é provocado. Natal é apaixonado por Lili (Alinne Moraes) e sempre pede a moça em casamento. O manda-chuva da Penha mora com sua avó, Dona Dalva (Maria Pompeu), a quem dedica muito amor e respeito.
DONA DALVA (Maria Pompeu) - Avó zelosa de Natalino Pimentel (Antonio Calloni).
CLEITON (Frank Menezes) - Ajudante de Neco (Humberto Martins) no salão. Gosta de contar vantagem sobre tudo.
UBIRACI (Rodrigo Mendonça) - Gerente do Salão Penha Fashion. Sujeito calado. É o braço direito de Neco (Humberto Martins).
PABLO BANDERAS (Pablo Sanábio) - Quando Lili (Alinne Moraes) sai do salão Penha Fashion, Pablo é contratado para trabalhar no seu lugar.
OS DE BOM JESUS DO RIO CLARO
ALAN (Bernardo Marinho) - Filho de Herculano (Rodrigo Lombardi) com Doralice (Marcella Muniz). No início da história, vive com a mãe. Apesar do pouco contato com o pai, pois as ligações sempre foram boicotadas por Doralice, ele o admira e promete a si mesmo limpar o nome de Herculano na cidade. Herculano cumprirá a promessa e Alan irá morar com ele.
DORALICE (Marcella Muniz) - Mãe de Alan (Bernardo Marinho), que nasceu do relacionamento que ela teve com Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) quando ele ainda morava em Bom Jesus do Rio Claro. Doralice nunca se esqueceu de Herculano. Tanto que vai com Alan para o Rio de Janeiro, mas constata que Herculano não é mais um homem para a vida dela. Mesmo assim, ela sempre será um transtorno para Herculano, causando muitos problemas ao romance dele com Amanda (Carolina Ferraz).
FREI LAURINDO (Sergio Mamberti) - Velho religioso de Bom Jesus do Rio Claro que confia em Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi), sempre vendo o lado bom dele. Será a pessoa que protegerá Herculano quando ele voltar a Bom Jesus, pela primeira vez, para rever o filho Alan (Bernardo Marinho). E também em outras ocasiões.
PARTICIPAÇÕES
VALÉRIA (Ellen Roche) - Assistente de Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) nos seus shows de magia e ilusionismo na casa noturna Kosmos.
FERRAGUS (Francisco Cuoco) - Um velho homem que já está preso há quinze anos. É quem ensina, na cadeia, a Herculano (Rodrigo Lombardi) os segredos do ilusionismo, da magia, os fundamentos teóricos da astrologia e do tarô. Tudo que Herculano mais tarde irá usar para subir na vida. Ferragus morre na cadeia.
Postar um comentário