Conheça a nova novela da Globo 'Fina Estampa'
Meu nome é Griselda da Silva Pereira (Lília Cabral), mas aqui no Quebra-Mar, no Jardim Oceânico, onde moro, todo mundo me conhece como "Marido de Aluguel". Bom, não só aqui, mas em boa parte da Barra da Tijuca e do Itanhangá.
É que depois que meu marido morreu, eu precisei me virar pra manter a casa e a família e acabei virando especialista em pequenos consertos: troco torneira, conserto telhado, mudo interruptor de luz, faço de tudo. Qualquer coisa que precisar, é só chamar! Coloco meu macacão, pego minha caixa de ferramentas e rapidinho chego aí de bicicleta. Modéstia à parte, sou boa no que faço e quebro o galho de mulheres que não têm os maridos sempre em casa. Há quase 20 anos, repito o mesmo todos os dias: após deixar o café prontinho para os meus filhos, vou à luta bem cedo, pois já tenho clientela fixa e meu dia é cheio!
Por causa desse meu jeitão assim mais prático, ganhei apelidos na vizinhança e ouço piadinhas todos os dias. Sei que as minhas clientes admiram minha força e coragem, mas os homens aqui da região têm inveja de mim. Me chamam de "mulher macho" e Pereirão, mas eu não ligo. Tenho mais o que fazer e já estou acostumada com a vida dura.
Vim de Portugal aos cinco anos com meus pais. Aos 15, já estava casada, grávida e tive que assumir muitas responsabilidades ainda menina. Casei com um filho de portugueses, o José Pereira (José Mayer). Pereirinha, como o chamavam, era pescador e chegado à bebida. Acho até que foi ele quem deu um empurrãozinho para o meu trabalho por que nunca estava em casa quando eu precisava que consertasse alguma coisa. Até que um dia desapareceu no mar e nunca encontraram seu corpo. Meus filhos que me perdoem, mas foi até um alívio me livrar daquele encosto.
Nunca me casei de novo. Tem até um português, o Guaracy (Paulo Rocha), dono do bar "Tupinambar", que não desiste de mim. Vive tentando me agradar. Mas eu não quero nada com homem, não. Estou muito bem assim e não tenho tempo pra perder. Eles dão muito trabalho. Olha só a coitada da minha amiga Celeste (Dira Paes)! Ela vive sofrendo nas mãos do Baltazar (Alexandre Nero) e não faz nada. Quem faz sou eu que, vira e mexe, tenho que lembrá-lo que não se maltrata mulher.
Do falecido, só ficaram dívidas e meus três queridos filhos: Joaquim José (Malvino Salvador), José Antenor (Caio Castro) e Maria Amália (Sophie Charlotte). A casa onde moramos é pequena, mas com jeitinho cabemos todos, inclusive, meu neto Quinzinho (Gabriel Pelícia). Vivemos aqui há muito tempo, mas a casa não é nossa. É de um empresário chinês rico e muito misterioso, com quem Pereirinha andava metido antes de sumir.
O curioso é que ele nunca nos cobrou aluguel. Emprestou a casa e só pediu que a mantivéssemos como está, sem reformar nada. Só faço mesmo obras de manutenção. Morro de medo de que ele reapareça, em algum momento, e venha pedir a casa de volta. Se Nossa Senhora de Fátima permitir, um dia eu ganho na loteria, compro uma pra gente e me livro dessa preocupação. Jogo toda semana há anos.
A ovelha negra veste branco
Eu sou assim mesmo, vivo para a minha família. Meu filho mais velho, Quinzé (Malvino Salvador), voltou a morar comigo depois que a esposa dele, mãe de Quinzinho, abandonou a família pra viver lá no exterior com um lutador de Vale-Tudo, o Wallace (Dudu Azevedo). Teodora (Carolina Dieckmann) nunca foi fácil mesmo, nunca priorizou a família. Renegar um filho assim, ainda criança, é crueldade. Por isso que eu dou todo o amor do mundo para o meu neto. E me encho de orgulho quando vejo em Quinzé um pai tão dedicado.
Mas meu filho ficou sem chão. Vive amargurado, pra baixo. Acho que ainda gosta da Teodora. Quinzé trabalha lá no "Tupinambar" como ajudante do Guaracy (Paulo Rocha). Tem lá seus romances, mas nada sério. Deus queira que essa Teodora nunca mais apareça.
Maria Amália (Sophie Charlotte), minha caçula, é diferente. Muito responsável e equilibrada, nunca tive que me preocupar com ela. Sei que puxou a mim: tem caráter e é muito trabalhadora. Ela vende os cosméticos naturais que Dona Zilá (Rosa Marya Collin), uma senhora muito querida aqui da região, faz manualmente. Amália diz que vende um perfume afrodisíaco e que Dona Zilá não revela sua fórmula para ninguém. Um mistério! Parece que esses cremes funcionam mesmo, mas eu nunca experimentei. Isso não é pra mim. Amália não concorda muito com meu comportamento e vive tentando me deixar mais feminina, mas eu sei que me ama assim do jeito que eu sou.
Minha filha namora o Rafa (Marco Pigossi), um rapaz bem bonito, que trabalha em uma loja e oficina de motos aqui no Jardim Oceânico. Mas alguma coisa me diz que Amália ainda vai sofrer muito com esse rapaz, coitada. Acho que aquele ali parece ser o que não é. E coração de mãe não se engana!
José Antenor (Caio Castro), meu filho do meio, cursa Medicina, graças a uma bolsa que eu consegui na Universidade Pessoa de Moraes. Ele sonha em ser cirurgião plástico e, para isso, se esforça mesmo. Sua prioridade são os estudos. Acho até que Antenor se reserva demais e quase não fica com a família. Às vezes, ele tem uma atitude grosseira até. Diz em alto e bom som que quer mudar de vida, ser rico, que não entende nossa atitude. Esse daí puxou ao pai. Nós dois já tivemos algumas boas discussões por causa dessa ambição exagerada dele.
Antenor é apaixonado por uma moça, a Patrícia (Adriana Birolli), que também estuda na universidade e é de família de classe alta. Sua casa é enorme, fica num condomínio de luxo aqui da Barra da Tijuca. Fiz vários consertos lá e no restaurante do pai dela, o senhor Renê (Dalton Vigh), sem nem saber que ele era sogro do meu filho. Por que se vocês acham que foi o Antenor quem me contou tudo isso, se enganam. Ele não comenta com ninguém lá em casa sobre sua vida. Só fiquei sabendo disso tudo depois de ter passado a situação mais humilhante e decepcionante da minha vida. Tinha tanto orgulho do Antenor, mas meu próprio filho acabou me pregando uma peça.
Mãe de aluguel
Aconteceu lá na casa de dona Tereza Cristina (Christiane Torloni), mãe da Patrícia. Eu tinha consertado o fusível das luzes do jardim, que estava queimado, e deixei tudo bem direitinho. Mas, uns dias depois, a madame me liga histérica, dizendo que meu serviço tinha ficado uma porcaria e que as luzes estavam queimadas de novo. Como assim meu serviço ficou uma porcaria? Eu sempre verifico tudo muito bem! Fui correndo pra casa dela. Além de não querer deixá-la na mão no meio de uma festa, não podia deixar ninguém falar mal do meu serviço assim, não.
Parece que Nossa Senhora de Fátima estava me empurrando para aquela casa. Para eu abrir meus olhos. Quem diria que a festa de dona Tereza Cristina era justamente para celebrar o noivado da filha dela com o meu, José Antenor?! Enquanto eu consertava mais uma vez aquele bendito fusível, Crodoaldo (Marcelo Serrado), o mordomo da casa, me acompanhava e não parava de falar da festa de noivado de Patrícia.
E fui ficando cada vez mais curiosa depois que avistei ali, parado perto do jardim, um carrão que tinha visto nesse mesmo dia, mais cedo. Meus filhos acharam que eu tinha me confundido, mas eu sabia que tinha visto o José Antenor dirigindo esse mesmo carro ali na Avenida Sernambetiba. Quando Crodoaldo me disse que o nome do noivo era Antenor, eu não tive mais dúvidas. Fui pro meio do jardim, mais perto da casa, e vi meu próprio filho apresentando uma vigarista como mãe. Uma tal Gisela Pereira (Ângela Vieira), criadora de gado do Mato Grosso do Sul, fina e rica. Olha, naquele momento, eu tive certeza de uma coisa: podia reparar tudo nessa vida, menos o meu coração despedaçado de mãe.
Porque me renegar desse jeito? Porque sentir tanta vergonha de mim, de nossa origem humilde? A ponto de apresentar outra pessoa como mãe! Eu nunca deixei faltar nada para os meus filhos. Sempre ralei dia e noite pra manter aquela casa, para comprar os iogurtes que ele tanto gosta. Para que tanta ambição, minha Nossa Senhora? Foi uma dor e uma humilhação tão profundas que eu não sei nem explicar. Até Crodoaldo notou que eu comecei a chorar.
Tinha decidido sair quietinha por aquele portão, sem falar nada. Ah, mas quando pensei em tudo o que fiz por ele, foi subindo uma raiva, uma vontade de dar uma surra naquele menino... E foi o que eu fiz! Entrei naquela sala, gritando aos quatro ventos que a mãe verdadeira daquele mentiroso era eu. No início, ninguém entendeu nada. Custaram a acreditar que uma mulher como eu, assim meio rude, pudesse ser mãe do Antenor. Mas a impostora, aquela atriz barata que ele contratou, logo se entregou. E eu aproveitei pra descarregar tudo o que estava engasgado na minha garganta.
Só que dona Tereza Cristina achou que eu fazia parte daquela mentirada toda, que estávamos tentando dar um golpe na família dela. Enxotou a gente de lá. Imagina... eu sou humilde, mas sou muito honesta, viu?! Antenor não quis nem falar comigo. Entrou naquele carrão e saiu a toda. De qualquer maneira, o estrago estava feito. Não tive forças pra mais nada: sentei no meio fio e desandei a chorar. Seu Renê (Dalton Vigh) até que ficou muito sensibilizado comigo e veio me estender a mão.
Mas quer saber? Aquele mal agradecido do Antenor não brinca mais comigo, não. E chega de ficar falando de quem não merece nem uma lágrima minha. Até porque Dona Tereza Cristina não vai perder a chance de dar a versão dela, né? E gente rica sempre tem a razão...
Tereza Cristina Siqueira de Velmont. Muito prazer.
Ah, mas tenho mesmo. Eu, Tereza Cristina Siqueira de Velmont (Christiane Torloni), sempre tenho razão. E, diante dos fatos, como não ter?! Estava na cara daqueles dois que tudo era uma farsa, um golpe para arruinar minha família. Depois que tudo se acalmou, eu consegui entender melhor por que aquela criatura grotesca, essa tal de Griselda (Lília Cabral), estava tão infiltrada em minha casa e no restaurante. Não há como negar que ela também estava envolvida.
Renê (Dalton Vigh), meu marido, insistia para eu ter calma, mas numa hora dessas?! Não quis saber de explicações de ninguém. Coloquei mãe e filho para fora. Foi um episódio lamentável! Aquele moleque do Antenor (Caio Castro)! Eu sempre desconfiei dele. Desde o início, não entendia por que tanta pressa para noivar. Aquilo não me parecia muito certo.
A cara da riqueza
Mas a Patrícia (Adriana Birolli), minha filha, nunca me escutou. Para falar a verdade, ela nunca me escuta. Em beleza e elegância, é uma legítima Velmont. Mas em personalidade é muito diferente de mim. Além de pensarmos de maneira oposta, falta-lhe explosão, glamour. Ela puxou bem mais ao pai, realmente. É mais passiva, acredita nas pessoas, não tem malícia. Imagine que estuda Psicologia e não seleciona bem as suas amizades. Já disse que essas amigas dela não são boa influência, mas Patrícia gosta de bradar aos quatro cantos que não é uma "patricinha" e que mantém os pés no chão. Para que manter os pés no chão, se ela pode ter o céu?!
Nós duas discutimos bastante. Mas, pelo menos com ela, eu ainda consigo falar. Do Renê Junior (David Lucas), meu filho caçula, eu não posso dizer o mesmo. Ele vive trancado no quarto na frente daquele computador. Diz que está estudando, mas eu tenho minhas dúvidas. Fico em cima, afinal sou mãe e esses adolescentes não sabem o que fazem. Já disse pra ele que de mim ninguém esconde nada.
Renê Junior tem ótima relação com o pai. Os dois sempre conversam. Eu acho ótimo porque, apesar de mimar um pouco meu caçula, não tenho muita paciência para essas questões masculinas. Eu já me ocupo bastante com todo o trabalho que dá manter essa casa funcionando perfeitamente. Ou vocês acham que é fácil lidar com subalternos?
Marilda (Katia Moraes), a doméstica aqui de casa, se finge de invisível sempre que me vê. Não faz nada direito. Baltazar (Alexandre Nero), o motorista, chegou aqui em casa outro dia com o rosto todo roxo. Deve ter apanhado na rua e estava irreconhecível. Agora, imaginem! Eu, Tereza Cristina Siqueira de Velmont, andando pela cidade com aquele monstro?
Já o Crô (Marcelo Serrado), apesar de ser uma tartaruga, é a única pessoa aqui em casa que me entende e resolve as coisas. Ele é uma espécie de mordomo, escudeiro, cabeleireiro particular. Uma dedicação total, 24 horas por dia. Acho que o sonho dele era ser eu, porque vive me colocando uns apelidos tão enaltecedores... Crô é uma figura rara: fala pelos cotovelos, acha lindo aquele topete, aquela calça justa. Vive tão grudado em mim que, às vezes, dá nervoso. Só desgruda para passear na praia com meus cachorrinhos Doce e Cabana. Eu não vivo sem ele, mas não admito isso de jeito nenhum!
Crô andou me pedindo umas horas livres pela manhã. Eu desconfio que ele esteja namorando e não queira me falar. Qualquer dia desses, eu pergunto à Vanessa (Milena Toscano), a sobrinha dele. Por falar nela, é outra com quem tenho que abrir o olho. A menina até que é bonita, um pouco moderninha demais pro meu gosto, mas, a pedido do Crô, eu decidi ajudá-la financeiramente com a mensalidade da faculdade. Só acho que ela está se infiltrando demais na minha família. Primeiro a amizade com Patrícia, e agora esse trabalho de hostess no restaurante do Renê.
Quer dizer, do Renê não, né? O restaurante é meu! Foi um presente ao meu marido, que é um excelente chef de cozinha. Quando nos conhecemos, Renê pertencia a uma família falida. Eu tinha que fazer alguma coisa para lhe dar um pouco mais de status. Então tive a ideia do "Le Velmont", um restaurante sofisticadíssimo e muito bem conceituado na cidade. Renê leva a fama, mas quem pagou por tudo aquilo fui eu.
Meu marido é lindo, de uma masculinidade impressionante. É o meu porto seguro, apesar de ser diferente de mim. É mais pacífico, muito tranquilo e tem uma mania irritante de ser o bom samaritano. Tenho que admitir que Renê tem um dom para atrair as pessoas. É simpático, sorri pra todo mundo, quer sempre ajudar. Às vezes, até passa dos limites. Mas eu amo esse homem enlouquecidamente!
O "Le Velmont" foi uma das poucas coisas que fiz com a herança que recebi. Meus pais morreram quando eu tinha 18 anos. Eu e meu irmão Paulo (Dan Stulbach) ficamos com todo o patrimônio da família. Ele, muito cedo, resolveu abrir uma grife de moda praia com sua esposa Esther (Julia Lemmertz), que é estilista. Ainda bem que hoje é uma grife conhecida até na Ásia. Já eu, decidi levar a vida que realmente mereço: muitos vestidos, viagens, jantares e spas. Tive um trabalhão para despachar a chata da Tia Íris (Eva Wilma) pra Nova Iorque e controlar minha casa como eu queria, mas eu consegui.
Então, agora, depois disso tudo, de todo o meu esforço pra manter nosso nome, a honra da nossa família, as minhas mordomias, chegam um tal Antenor e uma tal Griselda, essa duplinha de vigaristas chinfrim querendo se meter comigo? E eu ainda tenho que ser benevolente com aquela faz-tudo? Renê teve pena de todo mundo, menos de mim. Foi procurar aquelazinha, achando que a pobre coitada não tinha culpa de nada e estava sendo tão enganada quanto nós. Mas era só o que me faltava! Renê e eu chegamos a discutir, mas eu me prometi que não ia deixar ninguém se meter no meu casamento.
Quer saber? Em uma coisa eu tenho que concordar com aquela mulher de bigodes: chega de falar de quem não merece!
A TRAMA - Entre a essência e a aparência
Uma história sempre tem duas versões. Essa pode ter duas, três, seis. Afinal, a própria vida tem suas várias versões e facetas. O ponto de vista de quem conta e a interpretação de quem escuta são fundamentados pelos princípios de cada um. O que mais importa para você pode ser irrelevante para os demais.
Mas o que determina que uma pessoa coloque em segundo lugar o que, há tempos atrás, era prioridade para a maioria? Por que, hoje em dia, conta tanto a aparência, o status social e o dinheiro? Por que não mais a integridade, a honestidade, a essência das pessoas? Difícil responder questões como essas sem levar em consideração as experiências, os traumas, as alegrias vividas... o que realmente, ao longo dos anos, define o que valerá mais para cada um.
Tereza Cristina de Velmont (Christiane Torloni) e Griselda Pereira (Lília Cabral) são duas mulheres atuais, fortes, determinadas. Moradoras da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, com filhos, casa, amigos. Experiências parecidas baseadas em valores completamente opostos. O inquebrantável para uma, não entra na lista de prioridades da outra. A única coisa que as duas têm em comum é a transparência da escolha que fizeram: ambas sabem o que vale mais em suas vidas.
O que Griselda talvez não saiba é o que vale 30 milhões de reais e o que esta quantia é capaz de mudar. Depois de anos apostando diariamente na loteria, é esse o valor que a "faz-tudo" ganhará e que irá inaugurar uma nova fase em sua vida. Resta saber se vai estabelecer também um novo princípio, uma nova maneira de contar sua versão dos fatos.
Com estreia marcada para dia 22 de agosto, 'Fina Estampa' discutirá o que mais pesa nos dias de hoje: o caráter ou a aparência. A novela de Aguinaldo Silva terá direção de núcleo e geral de Wolf Maya e direção de Marcelo Travesso, Ary Coslov, Cláudio Boeckel, Marco Rodrigo e Marcus Figueiredo.
A Barra da Tijuca, logo ali depois do túnel
O bairro carioca da Barra da Tijuca, pouco retratado nas telenovelas brasileiras, reina absoluto como cenário de 'Fina Estampa'. O lugar concentra todos os núcleos da trama e é o verdadeiro elo entre os personagens. Para dar mais veracidade à trama, o autor Aguinaldo Silva fez questão de utilizar os nomes reais das regiões do bairro.
Griselda (Lília Cabral) e sua família dão vida ao Quebra-Mar, conhecida por ser a primeira área construída da Barra da Tijuca. A antiga vila de pescadores mantém ares de comunidade por suas ruas estreitas e casas humildes. Quase embaixo da Estrada Lagoa-Barra, a residência dos Pereira beira o Canal de Marapendi, garantindo linda vista aos moradores.
Ao lado, o Jardim Oceânico é outra importante locação da obra. Nos seus acolhedores prédios de três andares, moram as famílias de Vilma (Arlete Salles) e de Juan Guilherme (Carlos Casagrande). Mas é na principal rua da área, a Olegário Maciel, que a novela mostra toda sua movimentação. No quarteirão da Igreja São Francisco de Paula, estão o bar "Tupinambar", do português Guaracy (Paulo Rocha), a oficina "Fashion Moto" e a casa lotérica, onde Griselda (Lília Cabral) aposta diariamente.
Caminhando pela rua, chega-se ao calçadão da praia e ao "Quiosque do Álvaro" (Wolf Maya), próximo ao badalado quiosque do falecido esportista Pepê. Na areia, encontram-se a rede de futevôlei de Ferdinand (Carlos Machado) e o local onde a surfista Nanda (Luma Costa) guarda seu material de kitesurf. Tudo para mostrar o estilo de vida ao ar livre que leva o morador da Barra da Tijuca.
E é também a orla, na Avenida Sernambetiba, o local onde Crô (Marcelo Serrado) exerce uma de suas funções: passear com os cachorros da patroa. Por ali, já aparecem as suntuosas entradas dos condomínios de luxo da Barra da Tijuca. E só do outro lado do Canal de Marapendi é que se pode avistar a Favela da Muzema, na área do Itanhangá.
Flower Power na beira da praia
Um ponto da praia da Barra da Tijuca, mais próximo ao Quebra-Mar, parou nos anos 70. É que ali está o "Quiosque do Álvaro" (Wolf Maya), um carismático "maluco beleza". Todos os dias, ele e a mulher Zambeze (Totia Meirelles) chegam bem cedo e cumprimentam os principais frequentadores do point: o sol e o mar.
Álvaro é filho de Íris (Eva Wilma), que mora em Nova Iorque, e primo de Tereza Cristina (Christiane Torloni). Bem diferente da família, ele e Zambeze vivem uma vida zen.
Sempre que pode, Álvaro dá uma fugidinha do quiosque para jogar vôlei na rede do sargento reformado e chefe de segurança Ferdinand (Carlos Machado). No mesmo time, jogam Gigante (Eri Johnson), Pezão (Marcelo Brou) e Enzo (Julio Rocha), turma debochada que não perde a oportunidade de zombar de Crô (Marcelo Serrado). A única capaz de tirar a concentração do grupo é Dagmar (Cris Vianna), cozinheira do "Tupinambar" e dona de beleza exuberante, que aparece por ali todas as manhãs para entregar suas famosas empadas, vendidas no quiosque.
Enquanto Zambeze trabalha em sua tenda de massagem, Álvaro se delicia escondido com as empadas de Dagmar. Por trás da preocupação com a alimentação do marido, se encobre o início de um sentimento até então proibido na relação dos dois: o ciúme.
No fim da tarde, o casal corre para o "Recanto da Zambeze", uma pousada com ares de comunidade auto-sustentável, que acolhe quem precisa de um lar e completa o estilo de vida tranquilo e harmonioso do casal. À noite, o forno e o fogão à lenha reúnem hóspedes como Daniel (Daniel Boury), amigo de faculdade de Antenor (Caio Castro), Dona Zilá (Rosa Marya Collin), famosas por seus cosméticos naturais, e Mandrake (Sandro Pedroso), que mora e trabalha no "Recanto".
Do pastelzinho de Belém às empadas da mulata
A mistura é até bem colonial, mas o nome acabou fazendo graça e obrigando Guaracy Martins (Paulo Rocha) a explicar constantemente sua origem: o pai era lisboeta e a mãe índia. Deu no que deu e o português mais conhecido da Rua Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, ganhou fama não só por ser dono do "Tupinambar", bar nem tão bem frequentado assim.
Ao contrário de todos na região, é o único que aceita e não critica o comportamento e a aparência de Griselda (Lília Cabral). Sua postura tem um motivo claro: Guaracy é completamente apaixonado pela faz-tudo e não mede esforços para agradá-la. Aceitou contratar seu filho mais velho, Quinzé (Malvino Salvador), para ajudá-lo no bar mesmo sabendo que o rapaz não tinha experiência. O favor não surtiu efeito: Griselda não dá a mínima para as investidas do português, apesar de nutrir por ele carinho e gratidão.
Para completar o trio do "Tupinambar", a insinuante Dagmar (Cris Vianna) assume a cozinha e as delícias que o bar serve diariamente. Ciente de suas mãos de fada, ela fornece, sem o patrão saber, deliciosas empadas ao "Quiosque do Álvaro" para completar o salário no fim do mês.
Vende-se adrenalina
O globo da morte, localizado bem no meio da "Fashion Moto", já indica que a oficina boutique é lugar de emoções intensas. Situada em plena Rua Olegário Maciel, no Jardim Oceânico (Barra da Tijuca), é o lugar ideal para apaixonados por motos como seu dono, Juan Guilherme Passarelli (Carlos Casagrande), ex-modelo internacional, separado e pai do adolescente Fábio (Guilherme Leicam).
Disputando atenção com as máquinas, está a copeira Zuleika (Juliana Knust), uma linda e esperta morena que cursa Administração à distância. Enquanto está trabalhando, não tira os olhos do gerente Rafael (Marco Pigossi), por desconfiar do caráter do patrão. Da única coisa que Zuleika não duvida é do amor de Rafa por Maria Amália (Sophie Charlotte). Quem lhe faz companhia é o atrapalhado Edvaldo (Rafael Zulu), mecânico principal da oficina.
Procura-se um namorado
Em um apartamento no Jardim Oceânico, avó, mãe e filha representam as três gerações de uma pequena família de mulheres bastante interessante. Cada uma com seus desejos e angústias. Cada uma interferindo na vida da outra.
As histórias acabaram repetindo-se e Vilma (Arlete Salles), uma senhora taxista bem moderna para a idade, acabou vendo a filha Letícia (Tânia Khallil) sofrer do mesmo mal: a viuvez. A partir de então, Letícia jamais cogitou a possibilidade de ter outro relacionamento, dedicando sua vida à profissão de professora e à filha Carolina (Bianca Salgueiro). A adolescente não concorda com a atitude da mãe e, sem que Letícia saiba, vai tentar arrumar um bom namorado para ela, utilizando a Internet.
Entre tecidos e exames
Um simples encontro, um esbarrão ou uma carona podem mudar a vida de muita gente e despertar sentimentos até então esquecidos. Parece que Paulo Buarque (Dan Stulbach) pressente algo quando se recusa a compartilhar um taxi aéreo com Danielle Fraser (Renata Sorrah). É sua mulher, Esther Wolkoff (Julia Lemmertz), quem o convence da gentileza.
Em agradecimento, Dra. Danielle Fraser se apresenta: médica especialista em fertilidade dirigida, viúva, sem filhos, completamente dedicada à sua renomada clínica, que cuida de mulheres com dificuldades para engravidar. A caminho de sua casa em Itaipava, Esther mal consegue acreditar que aquela mulher pode realizar seu sonho de ser mãe, uma vontade reprimida por 20 anos, depois que Paulo descobriu ser estéril.
Na época, o problema de Paulo doeu muito nos dois e, diante do sofrimento do marido, Esther (Julia Lemmertz) decidiu não tocar mais no assunto. Afinal, eles já tinham anos de um casamento intenso e se sentiam apaixonados como no primeiro dia em que se viram. Um filho, por melhor que fosse, não faria falta. Eles se bastariam como família. Para conseguir acreditar nisso, os dois mergulharam de cabeça no trabalho e trataram de fazer crescer o negócio do casal.
Ao contrário da irmã Tereza Cristina (Christiane Torloni), Paulo investiu a herança dos pais e, graças a muita cumplicidade e esforço conjunto, transformou, com a esposa, a "Fio Carioca" em uma marca de moda praia internacionalmente conhecida e o escritório na Barra da Tijuca em referência de design e funcionalismo. Os anos de desfiles, tecidos, modelagens e pesquisas consagraram Esther como estilista renomada e Paulo (Dan Stulbach) como poderoso homem de negócios. O sucesso e a fama lhes trouxeram muitos benefícios, mas não passaram uma borracha no difícil episódio pelo qual passaram.
Agora, anos mais tarde, o encontro com Danielle (Renata Sorrah) mexe não só com a curiosidade e esperança de Esther, que passa a visitar a médica periodicamente, mas principalmente com a insegurança de Paulo. O amor pela mulher é tamanho que fica difícil aceitar que outro homem dê a ela, mesmo que por fertilização in vitro, o que ele não foi capaz de dar. Depois de muita reflexão, porém, Paulo aprova o tratamento certo de que Esther não tem condições de engravidar.
Durante todo o processo, Danielle e Esther estreitam laços e Paulo começa a descobrir sentimentos nocivos e a tomar atitudes prejudiciais à relação do casal. Se Esther confidenciou segredos a uma desconhecida, por que ele também não pode envolver uma terceira pessoa no casamento? Será que vale mesmo a pena, depois de anos, tornar o assunto público e derrubar a imagem do casal perfeito?
Em briga de marido e mulher...
Da paz do "Recanto da Zambeze" ao tumulto do camelódromo da Favela da Muzema é um pulo. Por ali, circulam os moradores da região que aproveitam o agitado comércio local para ganhar a vida. Mas, entre as ruas da comunidade, também existem momentos de silêncio e tristeza.
A casa da diarista Celeste (Dira Paes) sabe bem disso e, se falasse, com certeza já teria denunciado o machista e violento Baltazar (Alexandre Nero). O motorista da socialite Tereza Cristina de Velmont (Christiane Torloni), muito discreto e educado com a patroa, é grosseiro em casa e desconta na mulher todas as suas frustrações. A espevitada filha do casal, Solange (Carol Macedo), não intervém por medo do autoritarismo do pai - e talvez por estar mais interessada em se divertir com suas amigas em bailes funk.
Quem defende Celeste é sua comadre Griselda (Lília Cabral), que não tem medo de briga e muito menos de homem. A "faz-tudo", porém, não consegue convencer a amiga a deixar o marido.
Os bastidores
Vivências
A responsabilidade de integrar o elenco de 'Fina Estampa' exige dos atores e atrizes uma preparação prévia para entender o perfil e o universo dos personagens. Há quem mergulhe em livros e filmes; há quem prefira sair a campo e se aproximar do real.
Marcelo Serrado, quando recebeu a descrição do mordomo gay Crô, contratou o preparador de elenco Sergio Pena e passou a frequentar boates e desfiles de moda. Assistiu a filmes como o norte-americano 'Milk, a voz da igualdade', no qual observou o estilo do protagonista de Sean Penn. Amigos também o ajudaram a compor o personagem."Peguei um pouquinho de cada um e criei o meu", comenta o ator.
Para viver Esther, a atriz Julia Lemmertz contou com a assessoria da estilista de moda praia Lenny Niemeyer. A visita a seu ateliê rendeu muita inspiração para as cenas de criação das peças. Como a personagem tentará ser mãe aos 50 anos, a atriz também tem conversado bastante com seu médico pessoal.
O ator Malvino Salvador, que interpretará Quinzé, trabalha com a sua intuição e sensibilidade. "Meu foco foi entender a psicologia do personagem, entender os motivos dele e os motivos pelos quais toma determinadas atitudes', esclarece Malvino.
Lília Cabral gosta de seguir a mesma linha. A atriz está, na verdade, aprendendo com a personagem e preferindo não buscar referências em outros lugares. A partir da personalidade de Griselda, a atriz tem desenvolvido atitudes, gestos e expressões que sejam frutos de tudo o que a "faz-tudo" sofreu na vida. "Ela anda olhando sempre pro chão. Talvez por não querer enxergar o mundo a sua volta', explica Lília.
Subindo as paredes...
O diretor de arte Mário Monteiro e o cenógrafo Maurício Rohlfs construíram 6.500 metros quadrados de puro realismo em plena Central Globo de Produção. A reprodução de um quarteirão e meio da Rua Olegário Maciel, a mais movimentada do Jardim Oceânico, seguiu à risca a arquitetura e a urbanização do lugar.
"Fotografamos e fizemos um levantamento completo da rua, de ponto a ponto, para analisar bem as suas características", conta Mário. A construção copiou estacionamentos, recuos, contornos de meio-fio e até 14 metros de calçada. Trabalho realizado pela primeira vez pela equipe de cenografia. Para dar vida e abrigar os diversos núcleos que transitam pela rua, foram construídos um restaurante japonês, uma boutique de roupas femininas, farmácia, delicatessen, boate, uma academia, um curso de inglês e uma loteria esportiva.
Mas a preocupação maior era fazer com que o telespectador reconhecesse de imediato que estava na Barra da Tijuca. Para Mário, não havia erro. O elemento chave para identificar o bairro, apesar da arquitetura curiosa, é a Igreja São Francisco de Paula. Para ele, a igreja compete com a placa na saída do túnel: 'Sorria, você está na Barra'.
A equipe de quatro cenógrafos e 12 assistentes levantou ainda 2.000 metros quadrados para o "Recanto da Zambeze". A comunidade hippie, além de ter espaço para meditação e uma extensa horta orgânica, é separada por um rio da Favela da Muzema, que inclui mais 3.000 metros quadrados de construção.
A área da favela abriga uma escola de samba e um grande camelódromo, com mais de 70 barraquinhas dos mais variados produtos. "Tudo é feito com inspiração real. A gama de cores que utilizamos não é bem definida porque a favela é bem desorganizada sob o ponto de vista do design', comenta o diretor de arte. A cidade cenográfica da Muzema abriga uma parte comercial e outra residencial, onde moram os personagens Celeste (Dira Paes), Baltazar (Alexandre Nero) e Crô (Marcelo Serrado).
A construção das três cidades cenográficas começou em maio, depois de quatro meses de planejamento e pesquisas. Para as demais locações, a equipe de cenografia buscou, na Barra da Tijuca, edifícios e casas que pudessem ser transformados.
No Quebra-Mar, por exemplo, nenhum outro lugar poderia ter sido mais adequado para a casa da protagonista Griselda (Lília Cabral) do que um imóvel à beira do Canal de Marapendi. A transformação começou pelo terraço, que foi fechado para simular dois quartos superiores, e uma varanda ganhou paredes para virar a sala da personagem. "Mudamos janelas e demos uma descascada na pintura para dar ideia de mofo, já que a casa está perto do mar. Mas as modificações não são definitivas; tudo é removível", explica Mário. No pequeno espaço externo, nada de lazer. A casa de Griselda remete a trabalho e ali estará a área de serviço com o material de sua profissão.
Já a vilã de 'Fina Estampa', que virá de família rica e tradicional, vive em uma casa refinada e discreta. Com muito preto e branco, uma tendência em decoração, sua residência mostrará um correto equilíbrio.
Para a residência de Esther (Julia Lemmertz) e Paulo (Dan Stulbach), o cenógrafo Maurício Rohlfs preferiu integrar os ambientes e criar um loft para dar a ideia de extensão do escritório. Despojado, o espaço ganhou cores mais neutras como o preto, o branco e o pistache. "Ali, percebe-se que não houve economia com a decoração e a arquitetura. Isso ajuda a imprimir o perfil do casal de personagens", explica Maurício.
Na sede da grife "Fio Carioca", telhado de sapê e muitos elementos naturais se misturam a vidros e a algumas interferências modernas para mostrar a preocupação dos seus donos com o meio ambiente.
... E preenchendo espaços
Em 'Fina Estampa', quase não há escritórios ou empresas. São as casas dos personagens os grandes coadjuvantes da novela. É ali, entre quatro paredes, que eles mostram quem realmente são.
Para o interior da casa de Griselda (Lília Cabral), a equipe da produtora de arte Denise Garrido se inspirou nos imóveis cubanos. "A personagem mora em uma casa que não é dela. O espaço não pertence a ela, mas ela ocupa aquele espaço", explica Denise. Nada ali é pensado decorativamente; Griselda acumula em casa ferramentas e utilitários de seu trabalho e o que importa é a funcionalidades das coisas. A cadeira de praia no meio da sala é prova de que a protagonista não se preocupa em comprar mobílias nem em uma combinar uma coisa com a outra. Mas engana-se quem pensa em bagunça ou sujeira: a casa é bem cuidada.
A imagem de Nossa Senhora de Fátima e o porta-retrato com a foto do marido Pereirinha (José Mayer) ganham destaque em cima do aparador para reforçar os hábitos de Griselda e talvez sejam as duas únicas peças mais femininas da personagem.
A referência para criar a casa de Celeste (Dira Paes) foi sua família. A diarista tem marido e filha, cuida da casa dos outros, mas também de sua própria casa. Pelo perfil romântico da personagem, a equipe de arte caprichou em peças de crochê, renda e flores. Na cozinha, estão dispostas latinhas de mantimentos, imãs de geladeira e panos de prato bordados. Na sala, fotos da família e plantas que cultiva com seu regador estão bem arrumados em seus devidos lugares. São nos cuidados da casa que Celeste compensa toda a tristeza do relacionamento com Baltazar (Alexandre Nero). "Aqui, estão elementos presentes na casa da maioria dos telespectadores", comenta a produtora.
Os objetos utilizados para compor esses dois cenários, em sua maioria recuperados do acervo da Central Globo de Produção, estão sendo utilizados com o intuito de demonstrar a maneira como as pessoas realmente vivem. Assim como na vida real, onde nem sempre todas as peças combinam, louças descasadas e toalhas de banho desconjuntadas foram colocadas em cena para ajudar a compor os ambientes.
Para demarcar a distância social e financeira entre os núcleos, a casa da rica e bem nascida Tereza Cristina (Christiane Torloni) está decorada com objetos sofisticados, obras de artes e grandes quadros. Os ambientes definem tão bem a classe A, que o mordomo Crô (Marcelo Serrado) tenta reproduzir em sua modesta casa a estética da residência da patroa. "As pessoas vão reparar, quando cortar da casa dela para a dele, a caricatura", brinca Denise.
A equipe de produção de arte, seguindo a linha do acúmulo, ainda criou para o ambiente do fiel escudeiro da antagonista um altar, para lá de inusitado, com muitos discos, pôsteres e revistas da cantora Madonna, grande musa de Crô (Marcelo Serrado). O mordomo também tem coleções e muitas miudezas para completar o estilo pop de sua casa.
Assim como o mordomo, Álvaro (Wolf Maya) e Zambeze (Totia Meirelles) seguem a estética do acúmulo com objetos e souvenirs trazidos de suas andanças pelo mundo. São eles que enfeitam o "Recanto da Zambeze", não com o intuito de decorar, mas sim de contar a história do casal. A parede da pousada, cheia de fotos e papéis das viagens, mistura-se a referências místicas e filosóficas.
Já na produção do "Quiosque do Álvaro", para passar a sensação de que aquele espaço é uma extensão da maneira como seu dono vive em casa, Denise Garrido e sua equipe de produção de arte levaram em conta o estilo de vida zen do personagem. Copos de material reciclado feitos de bambu foram especialmente elaborados e ganharam tons de azul e amarelo para representar o sol e o mar do verão carioca. Mas o grande xodó do grupo é a picape vintage que o personagem utiliza para levar ao quiosque os alimentos orgânicos produzidos no "Recanto". A cor laranja do automóvel é a síntese do sentimento hippie de seu dono.
Por baixo dos panos
"É um mini negócio o que a gente faz aqui dentro, quase uma fábrica." A frase de Beth Filipecki, que assina o figurino com Renaldo Machado, traduz bem todo o trabalho desenvolvido pelos 22 profissionais de sua equipe para vestir os diversos e distintos personagens de 'Fina Estampa'.
Depois de meses de pesquisas sobre moda e comportamento, surgiram cerca de 500 novas modelagens e estampas diferenciadas criadas pela própria equipe de figurino a partir de referências de cores e estilos do verão de 2012.
Partindo da premissa que 'Fina Estampa' é uma novela solar, a ideia da equipe ao compor o figurino da novela foi a de transmitir, através das roupas, a sensação de luz, do nascer do sol, da praia e do olhar que o estrangeiro tem do Rio de Janeiro. Um Rio do futuro, dos esportes, da Copa do Mundo, das Olimpíadas, e que poderá ser conferido, logo nos primeiros capítulos da novela, com o desfile da grife "Fio Carioca".
Mas tudo fica muito mais claro nos personagens do núcleo de moda, Esther (Julia Lemmertz) e Paulo (Dan Stulbach). O casal é moderno, despojado e, em seu figurino, é possível detectar elementos do verão carioca: o vento, em sedas e malhas leves; o sol, em brilhos e tons de amarelo, laranja e marrom; o mar, nos diversos tons de azul e nas estampas que mudam de textura e cor dentro d'água. "Tudo isso combina muito bem com o perfil deles que vivem e trabalham no Rio de Janeiro, com esse espírito do carioca de viver bem a vida. É uma sofisticação sem exageros", conta Beth.
Os núcleos do "Quiosque do Álvaro" e do "Recanto da Zambeze" também receberam esse cuidado. Para seus personagens, o preto foi substituída pelo azul do mar e da noite. Como todas as peças têm que demonstrar leveza e conforto, a equipe de Beth e Renaldo preparou roupas com tecidos orgânicos, muito voil e peças tingidas artesanalmente. "É o Rio do mar, mas da montanha também. Do verde, das folhas, do ecológico. Tudo misturado ao ar cosmopolita da cidade', explica Filipecki.
Para Zambeze (Totia Meirelles), a equipe criou uma peça de desenho exclusivo: um grande lenço que pode se transformar em diversos modelos de roupa - um vestido, uma saia, uma blusa, uma canga e mais 116 variações definidas pelas diferentes maneiras de amarrar o tecido. "A Zambeze sai da praia e vai trabalhar. Depois, precisa fazer compras, atender seus clientes na tenda de massagem, gerenciar sua pousada. É um personagem que pede essa versatilidade, esse despojamento, assim como qualquer mulher que tenha a vida agitada", define a figurinista.
Apesar de vilã, Beth e Renaldo enxergaram em Tereza Cristina (Christiane Torloni) uma mulher esplendorosa: "Sua vaidade brilha e ela quer ser vista através do que usa". É um outro tipo de sofisticação, muito bem marcado com pedras preciosas, ouro e acessórios que remetem ao mar. A personagem, bastante feminina, aparecerá essencialmente com vestidos longos, saias retas e blusas com bordados e rendas, que evidenciem seu colo. Da Itália, chegaram tecidos leves para a fabricação de peças exclusivas para demarcar o gosto de Tereza Cristina por moda.
O figurino dos personagens mais jovens, como Amália (Sophie Charlotte), foi inspirado na tendência atual de comprometimento social e ambiental. As peças foram criadas com algodão colorido, vindo da Paraíba, feitas artesanalmente. "O telespectador verá na roupa do personagem esse posicionamento, essas interferências politicamente corretas", conta Renaldo. Ervas, plantas e perfumes, que já fazem parte do trabalho de Amália, compõem também seu figurino para destacar seu perfil "eco".
As it-girls Vanessa (Milena Toscano) e Patrícia (Adriana Birolli) reforçam a presença da moda na novela e o ar cosmopolita ao Rio de Janeiro. Ambas usarão saias curtas, sobreposições com lingerie e estampas coloridas.
Para Griselda (Lília Cabral), não havia mistério. A imagem da faz-tudo com sua caixa de ferramentas já havia sido muito bem descrita pelo autor Aguinaldo Silva. Beth e Renaldo só fizeram questão de imprimir na personagem a questão da verdade. Por isso, seu figurino é simples: um macacão de trabalho e um boné de tons neutros da rua e do asfalto.
Exclusividades
Já com a história de 'Fina Estampa' na mente e nas mãos, Beth Filipecki e Renaldo saíram à procura de profissionais capazes de produzir peças como em uma verdadeira confecção. Todos seus assistentes têm experiência em modelagens, ilustrações e, principalmente, em moda praia.
A equipe cria bordados, envelhecimento, pintura, customização e estão desenvolvendo acessórios exclusivos com corda. Para a produção das peças de praia, contaram com a ajuda de Lenny Niemeyer, conceituada estilista, famosa por seus modelos sofisticados de maiô. A consulta rendeu ideias de modelagem que estão sendo produzidas no ateliê da equipe, na Central Globo de Produção. Também no ateliê são fabricadas as peças do desfile da grife de Esther (Julia Lemmertz) e Paulo (Dan Stulbach).
Mas foi com tecnologia que a equipe de figurino de 'Fina Estampa' elaborou algo completamente inédito em telenovelas brasileiras. A partir de ideias e criações próprias, serão lançadas estampas em 3D que lembram o movimento da água e das ondas. Um óculos tridimensional completa a peça, mas a olho nu também é possível sentir o doce balanço do mar no tecido.
Realçando tonalidades
A novela do verão carioca leva o sol não só para as roupas e acessórios dos personagens da Barra da Tijuca. A equipe do supervisor de caracterização, Serginho Azevedo, tem se esmerado para bronzear a pele de protagonistas e antagonistas.
Uma tarde quente, o frescor do mar e a chuva no fim de tarde são inspirações que se misturam à preocupação principal da equipe: deixar tudo muito natural e evitar ao máximo os excessos. "São pessoas que saíram da praia, que estão correndo na orla e que não usam nada muito pesado", conta Serginho.
Todos os tons da maquiagem variam entre amarelo claro, laranja, vermelho, bronze, e marrom, inclusive nos batons, confirmando a tendência da alta estação do ano. As variações de azul escuro e preto se limitam às sombras, que ainda ganham brilho, prata e dourado para representar a noite do Rio de Janeiro. O rosa claro e rosa pink estarão na peles das it girls Patrícia (Adriana Birolli) e Vanessa (Milena Toscano), que ainda lançará o rímel colorido, em tons de roxo, verde e azul. "As adolescentes vão adorar. A maquiagem é a cara de uma menina feliz e ousada", diz o supervisor.
O grande desafio da equipe foi realizar a caracterização de Griselda, mulher prática e sem vaidades. Serginho e seus assistentes desenvolveram uma maquiagem que dá o efeito de pele completamente natural. Entregue ao personagem, a atriz Lília Cabral ainda deixou crescer um buço, que é levemente pintado nas laterais a cada gravação. O "sacrifício" era necessário para a transformação de Griselda, quando a faz-tudo ganhar na loteria.
Para a vilã Tereza Cristina, a ideia principal foi alongar o cabelo de Christiane Torloni com um megahair em tom castanho claro para que a atriz pudesse usá-lo em cena, em seus gestos. A personagem Luana, interpretada por Joana Lerner, também pedia cabelos bem diferentes. Disfarçada pela longa franja da atriz, uma meia peruca de dread locks foi a solução encontrada pela equipe para não perder tanto tempo na caracterização do personagem. "O que completa o visual de Luana é um olho preto borrado propositalmente. Passou, borrou e foi. Coisas da noite...", brinca Serginho.
Um papo com Aguinaldo Silva
O pernambucano Aguinaldo Silva nunca havia pensado em ser dramaturgo. Os dez anos como editor das seções de polícia e cidade do jornal O Globo (1968 a 1978), porém, despertaram no jornalista uma vontade de escrever de maneira diferenciada sobre aquele universo. Foi assim que surgiu o seriado 'Plantão de Polícia', de 1979, marcando a estreia do autor na televisão e revelando um novo olhar sobre a sociedade e uma visão mais humanizada sobre quem estava à margem dela.
Alguns seriados depois, Aguinaldo escreveu a primeira minissérie da televisão brasileira, 'Lampião e Maria Bonita' (1982). Foi o início de uma série de trabalhos, como 'Bandidos da Falange'(1983), 'Padre Cícero'(1984) e 'Riacho Doce' (1990), que retratavam, de forma inédita, temas mais urbanos, regionalistas e religiosos.
A partir de 1984, o autor inicia uma trajetória de sucesso no horário nobre com suas tele novelas. Aguinaldo é o único autor cujas obras sempre foram exibidas nesta faixa. Conhecido também por trabalhar com o realismo fantástico, o pernambucano foi o criador de novelas como 'Pedra sobre Pedra'(1992), 'Fera Ferida' (1993) e 'A Indomada' (1997). Em 2004, Aguinaldo Silva traz novamente à tona temas urbanos e populares com 'Senhora do Destino' e, em 2007, com 'Duas Caras'.
Como você definiria a novela?
'Fina Estampa' é um folhetim clássico, com todas as características do gênero, só que modernizadas, adaptadas para a época em que vivemos. É uma novela com tramas fortes que se cruzam, de personagens muito reais e envolvidos com questões inerentes ao ser humano. É uma novela popular, urbana e profundamente brasileira.
O que a trama quer passar para o público?
A novela vai deixar uma pergunta no ar: o que vale mais nas pessoas, a aparência ou o caráter? Griselda é de um caráter inquestionável que percebe que está se transformando com o dinheiro. Num mundo onde o culto ao corpo e a beleza física é uma verdadeira mania, as tramas de "Fina Estampa", de um modo ou outro, têm a árdua tarefa de questionar essa opção.
Por que ambientar a trama na Barra da Tijuca?
Sei que existe, na parte mais tradicional do Rio de Janeiro, certo distanciamento com o bairro. A Barra é mesmo bem diferente do resto da cidade, exceto na área do Jardim Oceânico, que é um bairro como outro qualquer. Eu quero mostrar que a Barra, com suas características sociais tão distintas, é tão carioca quanto qualquer outro bairro. E é muito bonita e atraente.
Griselda é um personagem muito peculiar e inusitado na televisão. Sua criação foi baseada em alguém da vida real?
Sim, como todos os meus personagens. Eu conheci uma mulher igual a ela, uma faz-tudo, no bairro de Santa Teresa, onde morei na década de 70. Ela era viúva, portuguesa como Griselda e um tanto masculinizada. Então, eu ficava pensando como seria se ela passasse por uma transformação que a fizesse voltar a se preocupar mais com a aparência. A personagem e sua história estavam no meu passado. Só tive que ir lá resgatá-las.
E o que você pode dizer sobre a vilã Tereza Cristina (Christiane Torloni)?
Gosto quando o vilão ou a vilã são mais humanizados. Tereza Cristina realmente achará que tem motivos para agir como age. Para ela, são atitudes justas e inquestionáveis. Isso a tornará mais humana, mais suave.
Na maioria das tramas de 'Fina Estampa', as relações de maternidade são muito fortes. Por que tratar desse assunto?
Para mim, a família é a base de tudo e, nesse tempo de crise de valores, é sempre nela que devemos buscar apoio. As relações de família - e dentro delas, as de maternidade - é que tornaram possível o progresso do homem e dão real valor à história humana. A origem da civilização está lá e eu sempre procuro mostrar isso em minhas obras.
Como a novela vai entrar na questão da violência doméstica através da história de Celeste (Dirá Paes)?
De um modo mais polêmico. Por que Celeste não denuncia Baltazar para a polícia? Isso, em casos de violência doméstica, é comum e é hora de se discutir por que, num mundo onde as mulheres já têm voz, isso ainda acontece. Por que determinadas mulheres, por questões emocionais, simplesmente não conseguem se livrar disso.
...E uma conversa com Wolf Maya
A dobradinha já é conhecida do público. Desde a novela 'Senhora do Destino' (2004), o diretor geral e de núcleo Wolf Maya e o autor Aguinaldo Silva trabalham juntos. A parceria rendeu, até hoje, tramas de sucesso como 'Duas Caras' (2006) e 'Lara com Z' (2011), nas quais Wolf também atuou.
O diretor é um profissional de muitas facetas e carrega grande bagagem desde a década de 70, quando iniciou sua carreira de ator. No teatro, obras musicais como 'Blue Jeans' (1981) e 'Cabaret Brazil' (1996) contaram com sua experiência em produção e direção. Já na TV, dirigiu e atuou nas novelas 'Barriga de Aluguel' (1991), 'O Amor Está no Ar' (1997), 'Cara e Coroa' (1995), 'Uga Uga' (2000) e na minissérie 'O Quinto dos Infernos' (2002). No currículo, são mais de 20 novelas como diretor.
Em 'Fina Estampa', o personagem Álvaro foi separado para Wolf, que adora ser comandando pelos diretores da equipe, Marcelo Travesso, Ary Coslov, Claudio Boeckel, Marco Rodrigo e Marcus Figueiredo
'Fina Estampa', segundo define o próprio autor, é uma novela viva, solar, alegre. Como é o trabalho da direção para imprimir essa característica?
A fotografia de 'Fina Estampa' é solar como o verão da Barra da Tijuca e direção é ágil como a protagonista Griselda (Lília Cabral). Ela anda por toda a Barra a prestar serviços como faz-tudo, com um humor muito português, e quase guia a câmera com seu movimento. 'Fina Estampa' tem uma ousada simplicidade e é uma emocionada dramaturgia com personagens do Rio de Janeiro sinceros, realistas e apaixonantes.
Como a equipe de direção encara o desafio de apresentar a Barra da Tijuca para o Brasil?
Queremos mostrar o novo Rio de Janeiro fugindo do eterno Pão de Açúcar e Corcovado. Um Rio de novos habitantes com temperamento carioca moderno e beleza natural ainda pouco conhecida do grande público. Como o próprio Aguinaldo costuma dizer, depois dessa novela, a Barra da Tijuca não será mais a mesma.
O que está sendo feito para gravar sempre nos mesmos lugares e não passar a sensação de repetição de cenas?
Praticamente toda nossa história acontece na Barra da Tijuca e arredores: Jardim Oceânico, Olegário Maciel, praia, lagoas, suas comunidades e outros locais nem tão conhecidos do público. Essa diversidade nos possibilita retratar esse micro universo tão rico de nossa cidade com suas características, problemas e encantos de uma forma carinhosa, crítica e atual. Temos uma reprodução em cidades cenográficas de boa parte desses pontos principais da Barra que evita essa sensação.
A novela tem um núcleo jovem muito grande. Foi difícil escolher esses novos rostos?
A procura por novos rostos é eterna na televisão e não fugimos disto. Mas nossos protagonistas não são tão jovens assim. Pelo contrário, temos um elenco de grandes e reconhecidos atores, que serão responsáveis pela condução de nossa história. Nossa escalação foi muito pensada e conseguimos um time de grandes atores em personagens que vão dar o que falar.
Você gosta de atuar nas novelas que dirige. Por que? Se sente mais envolvido na trama?
Sem dúvida o que mais me encanta, além dos personagens maravilhosos que o Aguinaldo Silva sempre cria, é a convivência dentro da trama com a história e com o elenco. Não tenho um número grande de cenas, mas ajudo a contar a novela também como ator. Essa parceria integral tem sido uma constante entre eu e o Aguinaldo em nossas últimas novelas.
Como é o trabalho de produção da trilha sonora?
Eu acato muito as sugestões do Aguinaldo e principalmente do Mariozinho Rocha, nosso produtor musical. Além de canções inéditas, estamos envolvidos com pérolas da MPB que estão sendo revistas. Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Ana Carolina, Maria Gadú compuseram especialmente para Fina Estampa.
Um trecho da Olegário Maciel foi reconstruído e o projeto é grandioso. Será possível ter duas frentes de gravação ao longo da rua?
São três cidades cenográficas que reproduzem partes da Barra. A Rua Olegário Maciel é a mais exuberante e sem dúvida poderemos realizar gravações simultâneas na Olegário, na Favela da Muzema e no "Recanto da Zambeze", nosso paraíso na Barra.
Perfil dos personagens
Família Pereira
Griselda Pereira (Lília Cabral)
A "marido de aluguel", como se é conhecida, sustenta os filhos Quinzé (Malvino Salvador), Antenor (Caio Castro) e Amália (Sophie Charlotte) e o neto Quinzinho (Gabriel Pelícia) fazendo pequenos consertos na vizinhança. Viúva, a portuguesa criada no Brasil não tem vaidades e escuta piadas por sua figura masculinizada.
José Pereira, o Pereirinha (José Mayer)
Também filho de portugueses criado no Brasil, é o marido de Griselda (Lília Cabral) que sumiu no mar. O pescador, porém, sempre foi muito diferente da esposa. Nos seus últimos dias, foi visto em companhias suspeitas.
José Antenor Pereira (Caio Castro)
É o orgulho de Griselda (Lília Cabral), pois é o único entre seus irmãos que chegou à universidade. Ambicioso e envergonhado de sua origem humilde, o estudante de medicina não mede esforços para atingir seus objetivos. É apaixonado por Patrícia Velmont (Adriana Birolli), mas teme a sogra Tereza Cristina (Christiane Torloni).
Maria Amália Pereira (Sophie Charlotte)
A romântica filha caçula de Griselda (Lília Cabral) trabalha como vendedora dos cosméticos naturais de Dona Zilá (Rosa Marya Collin). Tenta deixar a mãe mais feminina, mas admira o pulso firme de Griselda. A moça sonha viver uma bela história de amor e se apaixonará por Rafael(Marco Pigossi).
Joaquim José Pereira, o Quinzé (Malvino Salvador)
O filho mais velho de Griselda (Lília Cabral) nunca teve gosto pelos estudos, mas trabalha de sol a sol como garçom no bar "Tupinambar". Cria o filho Quinzinho (Gabriel Pelícia) com muito amor, mas não consegue esconder a tristeza pelo abandono de sua ex-mulher, Teodora (Carolina Dieckmann).
Quinzinho (Gabriel Pelícia)
É xodó do pai Quinzé (Malvino Salvador), da avó Griselda (Lília Cabral) e da tia Amália (Sophie Charlotte), que se revezam para tomar conta da criança, que foi abandonada pela mãe, Teodora (Carolina Dieckmann).
Teodora da Silva (Carolina Dieckmann)
A loira abandonou o ex-marido Quinzé (Malvino Salvador) e o filho Quinzinho (Gabriel Pelícia) para tentar a sorte nos Estados Unidos com Wallace (Dudu Azevedo), um lutador de Vale Tudo. Interesseira, voltará quando descobrir a bolada que a sogra Griselda (Lília Cabral) ganhou na loteria.
Wallace (Dudu Azevedo)
De família pobre, Wallace viu seu destino mudar quando foi chamado para lutar Vale Tudo nos Estados Unidos, pra onde vai com a ambiciosa Teodora (Carolina Dieckmann).
Mansão Velmont
Tereza Cristina de Siqueira Velmont (Christiane Torloni)
Herdeira da fortuna dos pais, a socialite ocupa seu tempo com as mais requintadas formas de gastar dinheiro. É apaixonada pelo marido Renê (Dalton Vigh) e muito se preocupa em manter o nome e a honra da família. É mãe de Renê Junior (David Lucas) e Patrícia Velmont (Adriana Birolli). Não gosta de subalternos, mas não vive sem seu mordomo Crô (Marcelo Serrado).
Renê Velmont (Dalton Vigh)
O chef de cozinha é dono do restaurante "Le Velmont", que ganhou de presente de Tereza Cristina (Christiane Torloni), com quem teve Patrícia (Adriana Birolli) e Renê Junior (David Lucas). É apaixonado pela esposa, mas passa a repensar seu casamento depois do fatídico jantar de noivado da filha Patrícia.
Patrícia Velmont (Adriana Birolli)
A filha de Renê (Dalton Vigh) e Tereza Cristina (Christiane Torloni) puxou a beleza da mãe e a personalidade do pai. A estudante de Psicologia não se considera patricinha, mas tem gostos bastante caros. É amiga de Vanessa (Milena Toscano) e namora Antenor (Caio Castro), com quem se decepcionará futuramente.
Renê Junior (David Lucas)
O caçula dos Velmont vive duros anos de uma adolescência com espinhas e insegurança. Preocupa os pais com o tempo que passa na frente do computador e é através da internet que alcança a tão desejada fama de conquistador.
Crodoaldo Valério (Marcelo Serrado)
O mordomo e fiel escudeiro de Tereza (Christiane Torloni) serve até como cabeleireiro da patroa. Diz não tolerá-la, mas no fundo gostaria de ser a patroa, que o ajuda com a mensalidade da faculdade da sobrinha Vanessa (Milena Toscano). Nada discreto no visual, mantém um secreto caso amoroso.
Vanessa Ribas (Milena Toscano)
A sobrinha de Crô (Marcelo Serrado) estuda Relações Públicas na Universidade Pessoa de Moraes, por onde circula acompanhada da amiga Patrícia (Adriana Birolli), e trabalha como hostess do restaurante "Le Velmont". De origem humilde, faz o que for preciso para garantir uma vida luxuosa parecida à de Tereza Cristina (Christiane Torloni).
Fashion Moto
Juan Guilherme Passarelli (Carlos Casagrande)
Ex-modelo internacional, Juan deixou a profissão para cuidar de seu filho Fábio (Guilherme Leicam) quando a ex-mulher, também modelo, quis voltar às passarelas. É dono da "Fashion Moto", oficina especializada em motos luxuosas.
Fábio (Guilherme Leicam)
Ao contrário do pai Juan Guilherme (Carlos Casagrande), o adolescente se preocupa com os estudos e com o meio ambiente. Estuda com Carol (Bianca Salgueiro), Renê Júnior (David Lucas), Leonardo (Vitor David) e Max (Christian Monassa).
Rafael Fernandes (Marco Pigossi)
O sobrinho de Ferdinand (Carlos Machado) é gerente da "Fashion Moto". Embora tenha a confiança de Juan Guilherme (Carlos Casagrande), usa os veículos do chefe e dos clientes para cumprir seus acordos com Antenor (Caio Castro) por amor à namorada Amália (Sophie Charlotte).
Zuleika (Juliana Knust)
Bonita e vaidosa, a moradora da Muzema é copeira da "Fashion Moto". À noite, estuda Administração à distância e sonha conseguir a confiança do patrão Juan Guilherme (Carlos Casagrande).
Edvaldo Ferreira (Rafael Zulu)
O mecânico da "Fashion Moto" é atrapalhado, mas bom funcionário. Amigo de Zuleika (Juliana Knust), o baiano mora na Muzema e corre atrás de uma vida melhor no Rio de Janeiro.
Tupinambar
Guaracy Martins (Paulo Rocha)
Dono do "Tupinambar", o português veio para o Brasil quando herdou o estabelecimento de um tio, já depois de estar órfão do pai português e da mãe brasileira. É apaixonado por Griselda (Lília Cabral) e faz de tudo para agradá-la.
Dagmar dos Anjos (Cris Vianna)
A famosa cozinheira do bar "Tupinambar" é mãe de Leandro (Rodrigo Simas) e Leonardo (Vitor David), filhos de pais diferentes. Para dar conta do orçamento, a exuberante morena também vende empadas para o quiosque de Álvaro (Wolf Maya).
Leandro dos Anjos (Rodrigo Simas)
Para o desgosto de Dagmar (Cris Vianna), seu primogênito abandonou os estudos e costuma passar os dias na praia. Tem vergonha de trabalhar, mas sempre dá um jeitinho de manter a pose na frente dos seus amigos.
Leonardo dos Anjos (Vitor David)
O caçula de Dagmar (Cris Vianna) é o oposto do irmão mais velho, Leandro (Rodrigo Simas). Dedicado, o adolescente estuda em uma escola particular graças ao seu bom desempenho. É o melhor amigo de Renê Júnior (David Lucas).
Jardim Oceânico
Carolina Prado (Bianca Salgueiro)
A adolescente acredita ser muito nova para namorar, mas insiste em ver a mãe Letícia (Tânia Khallil) apaixonada. Como perdeu o pai ainda pequena, foi criada pela mãe e pela a avó Vilma.
Letícia Prado (Tânia Khallil)
Desde que ficou viúva, se fechou para novos relacionamentos. Mudou-se de Florianópolis para o Rio de Janeiro, onde só demonstra interesse pelo seu trabalho como professora de Literatura, sua mãe, Vilma (Arlete Salles), e sua filha, Carol (Bianca Salgueiro).
Vilma Prado (Arlete Salles)
Taxista por ter herdado o carro de seu falecido marido, a mãe de Letícia (Tânia Khallil) também gosta de navegar na Internet. Apóia a neta Carol (Bianca Salgueiro) na busca por um namorado para Letícia.
Max (Christian Monassa)
O mais popular da turma gosta de tirar vantagem sobre Renê Júnior (David Lucas), Leonardo (Vitor David) e Fábio (Guilherme Leicam), mas nem sempre leva a melhor.
Quiosque do Álvaro
Álvaro Siqueira (Wolf Maya)
O dono do quiosque vive com Zambeze (Totia Meirelles) no "Recanto" e leva um estilo de vida bastante zen, bem diferente de sua mãe Íris (Eva Wilma).
Zambeze (Totia Meirelles)
Dona do "Recanto da Zambeze", ela mantém uma relação aberta com Álvaro (Wolf Maya) e faz massagens no quiosque que o "marido" mantém na praia.
Íris Siqueira (Eva Wilma)
A elegante senhora mora há anos em Nova York e quase não tem contato com o filho Álvaro (Wolf Maya). Mas sabe que a sobrinha Tereza Cristina (Christiane Torloni) esconde um segredo.
Ferdinand (Carlos Machado)
O sargento reformado do corpo de bombeiros do grupamento Salvamar é o mal humorado dono da rede de vôlei vizinha ao quiosque de Álvaro (Wolf Maya) e chefe de segurança do condomínio de Tereza Cristina (Christiane Torloni).
Maurício, o Pezão (Marcelo Brou)
Gosta de viver em adrenalina com carros e mulheres. Joga vôlei com Gigante (Eri Johnson) na rede de Ferdinand (Carlos Machado).
Honório, o Gigante (Eri Johnson)
O apelido mantém o respeito, mas sua estatura garante trabalhos em festas infantis. Joga vôlei na rede de Ferdinand (Carlos Machado) com Pezão (Marcelo Brou) e freqüenta o "Quiosque do Álvaro".
Muzema e Recanto da Zambeze
Celeste Fonseca (Dirá Paes)
A romântica amiga de Griselda (Lília Cabral) largou o sonho de ser professora para casar-se com Baltazar (Alexandre Nero), com quem teve Solange (Carol Macedo). Mas não imaginava que sofreria com o marido.
Baltazar Fonseca (Alexandre Nero)
O motorista de Tereza Cristina (Christiane Torloni), para aliviar suas frustrações, é extremamente severo com a filha Solange (Carol Macedo) e a mulher Celeste (Dira Paes).
Solange Fonseca, a Sol (Carol Macedo)
Filha de Celeste (Dira Paes) e Baltazar (Alexandre Nero), a vaidosa adolescente é apaixonada por Antenor (Caio Castro). Irrita-se com as atitudes do pai que não a deixa ir a bailes funk.
Daniel (Guilherme Boury)
O estudante de medicina mora no "Recanto da Zambeze" e é muito amigo de Antenor (Caio Castro).
Dona Zilá (Rosa Marya Collin)
A humilde senhora mora no "Recanto da Zambeze" e fabrica os cosméticos vendidos por Amália.
Fio Carioca
Paulo Buarque (Dan Stulbach)
O empresário da grife "Fio Carioca" é casado com a estilista Esther (Julia Lemmertz), com quem tem uma apaixonada relação. É amigo do cunhado Renê (Dalton Vigh), mas tem atritos com a irmã Tereza Cristina (Christiane Torloni).
Esther Wolkoff (Julia Lemmertz)
A estilista dona da grife de moda praia "Fio Carioca" é casada com Paulo (Dan Stulbach) e nunca abandonou o sonho de ser mãe. Contará com a ajuda da médica Danielle Fraser (Renata Sorrah).
Danielle Fraser (Renata Sorrah)
A médica especializada em fertilidade dirigida ajudará Esther (Julia Lemmertz) a realizar seu sonho de ser mãe. Viúva, não tem filhos.
Marcela Coutinho (Suzana Pires)
A jornalista de moda flerta com a falta de ética e dará um furo de reportagem sobre a grife "Fio Carioca", envolvendo-se com seu dono Paulo Buarque (Dan Stulbach).
Fina Estampa estreia no dia 22 de agosto na Globo.
ótimo post! sempre fico esperando p/ ver mais detalhes da novela. rs pelo pouco q vi, tá difícil a Globo mudar os atores hein? sai ano, entra ano, e são os mesmos protagonistas. tanta repetição cansa um pouco, mas enfim.
tbém parece um pouco mais do mesmo essa história. vamos ver. quer dizer, se der eu dou uma conferida.mas nada me chamou grande atenção. talvez só dps, quando a griselda ganhar na loteria, deva ficar mais interessante.
vlw. daki a pouco vou ler o post sobre malhação "nova". rs
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