Produção original do Curta!, a série ‘Pra Onde Corre o Rio’ será exibida no sábado
Uma viagem por terras e águas que há algum tempo já estiveram livres da poluição e da destruição ambiental. Veiculada em 2016, a série “Pra Onde Corre o Rio”, de Paula Fiuza, ganha reexibição no Curta! no momento em que a crise hídrica faz com que a população carioca consuma água com geosmina e consequentemente com gosto, cor e cheiro de terra. A exibição é amanhã, sábado, dia 25, às 17h.
Veiculada em 2016, a série traz oito episódios nos quais serão desvendados os grandes problemas que, há décadas, afetam a natureza do Rio de Janeiro, como a poluição da Baía de Guanabara, dos rios e lagoas; a ocupação irregular de áreas preservadas; a falta de conservação nas áreas de mata; a falta de saneamento básico e as ações de impacto das indústrias poluentes. Divididos em temas, os episódios abordam Baía de Guanabara - A Guerra Invisível; Baía de Guanabara - O Último Oásis de Resistência; Rios do Rio de Janeiro - A água que chega nas nossas torneiras; Rocinha e São Conrado; Barra da Tijuca: O paraíso agoniza; Sobre homens e jacarés - A luta pelas águas na Baixada de Jacarepaguá; Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas - Morte e vida de duas lagoas e Baía de Guanabara - A Saga da Despoluição. A exibição será sempre aos sábados e domingos até março.
Com a participação do biólogo Mario Moscatelli, militante ambiental há mais de 20 anos, a série traz à tona a realidade em que vivem os moradores de locais críticos e promove uma discussão em torno do que pode ser feito para recuperar algumas áreas. “A constituição diz que todos, independente de sua classe social ou econômica, têm o direito de um meio-ambiente equilibrado, saudável, e isso aqui é condenar expressivas parcelas da sociedade da segunda metrópole brasileira pra uma vida sub-humana”, comenta Moscatelli.
Segundo ele, os problemas ambientais sofridos pelos cariocas ocorrem por falta de planejamento governamental a longo prazo: “Na visão da classe política, o que interessa é o imediato. É, no máximo, o período de quatro anos. Enquanto as questões ambientais exigem um horizonte de gestão de 10, de 20, de 30 anos, o que é incompatível com a lógica política, principalmente, no Brasil”.
"A gente encontrou coisas assustadoras. Tem um faroeste no fundo da Baía de Guanabara e há um embate muito sério e violento entre as comunidades tradicionais, os pescadores artesanais, etc, e as empresas, as indústrias, a atividade industrial. É uma coisa muito além do que é noticiado, muito além do que seria razoável. Uma coisa é um diálogo, outra coisa é uma guerra. Existe uma guerra invisível no fundo da Baía”, revela a diretora Paula Fiuza.
SÁBADO 25/01
Pra Onde Corre o Rio – Baía de Guanabara – A Guerra Invisível
Alexandre Anderson, pescador artesanal, fundador e líder da Associação de Homens do Mar (AHOMAR), vive há 4 anos num programa de proteção da Polícia Federal. Entre 2009 e 2012, sofreu 6 atentados e ostenta algumas cicatrizes de bala pelo corpo. O embate entre os pescadores e as indústrias com atividade na Baía de Guanabara, em especial a Petrobrás, vem gerando uma batalha sangrenta, que inclui ameaças, atentados e assassinatos. Os pescadores atribuem a violência à Petrobrás. A Petrobrás nega e se coloca como uma empresa preocupada com as comunidades pesqueiras e com a preservação do meio ambiente. Diretora: Paula Fiúza Duração: 32 min. Classificação: Livre. Horário alternativo: 26 de janeiro, domingo, às 11h15
Sobre o Curta!
O canal Curta! é um dos novos canais brasileiros da TV paga que mais aprovou projetos para financiamento pelo Fundo Setorial do audiovisual. Até agora foram financiados, para estreia no CURTA!, mais de 120 longas documentais e 800 episódios de 60 séries, atendendo à grade temática do canal: música, artes cênicas, metacinema, pensamento em humanidades, história política e sociedade.
O Curta! pode ser visto nos canais 56 e 556 da NET e da Claro TV, no canal 75 da Oi TV e no canal 664 da Vivo, oferecido à la carte pela operadora.
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