Pantanal traz de volta atores esquecidos do grande público

Que não se subestime o poder de uma reprise. A volta de Pantanal, no SBT/Alterosa, 18 anos depois de ser exibida na TV Manchete, não está com cara de “vale a pena ver de novo”. A repercussão e o aumento da audiência no horário da novela são caso raro entre as reexibições de tramas. Silvio Santos acertou: a média de audiência do horário saltou de quatro para sete pontos já na estréia, há um mês, em 9 de junho, e está em torno de 13 pontos.
Sorte do elenco. Para os atores que andavam sumidos, cada nova marca atingida pela trama traz chances de voltar a aparecer. Quem bebeu dessa fonte de sucesso dos anos 1990 colhe frutos até hoje, mesmo que só pelo déjà vu. Despontaram com a trama Marcos Palmeira, Marcos Winter, Cristiana Oliveira, Carolina Ferraz e outros nomes que, agora, formam o casting da Globo.
Outros, no entanto, amargaram o anonimato, um tempo depois da aparição de Juma e companhia. São esses os beneficiados pela "operação resgate", promovida involuntariamente pelo SBT/Alterosa. Luciene Adami, intérprete de Guta, uma das personagens mais lembradas do folhetim, é uma que andava desaparecida para o grande público. Continuava a trabalhar como atriz em São Paulo, mas não havia repetido o sucesso da fogosa pantaneira. Agora, para sua sorte, o telefone não pára de tocar.
"Virou uma loucura. Comecei a aparecer na novela e os jornalistas estão ligando, acho que nunca uma reprise fez tanto barulho", diz Luciene, uma das mais sensuais da história. Ela afirma ter orgulho das constantes cenas em que aparecia nua. E, hoje, desconversa quando o assunto é fama e televisão. "Sou atriz, fiz muita coisa antes e depois de Pantanal e vou continuar fazendo isso."
Carona Ingra Liberatto, a Madeleine na fase jovem, é mais direta: está aberta a convites da TV. Mas está bem em Porto Alegre, onde mora há sete anos. Depois de receber uma chuva de ligações e e-mails, resolveu pegar carona no sucesso de Pantanal para divulgar uma peça que produz e o filme que protagoniza, Valsa para Bruno Stein. "Todas essas coisas coincidiram e para mim isso é ótimo." Ela conta que seu chá de sumiço foi por estar fora do Rio, onde "as pessoas se encontram". Mas reforça que a distância da sede das emissoras não a impede de entrar em novas tramas. "Fiz O Clone (Globo, 2001) e Essas mulheres (Record, 2005) e não tive qualquer problema. Se tiver convite, volto a fazer." Ingra foi uma das atrizes que despontou no pós-Pantanal e migrou para outras emissoras. Antes, protagonizou Ana Raio e Zé Trovão, ao lado de Almir Sater, que se diz "como ator, um bom violeiro". Ele ainda é grato aos dois papéis na extinta Manchete.
"Ana Raio e Zé Trovão era, como Pantanal, novela plasticamente bonita. Aquilo me lançou nacionalmente, me ajudou a ficar conhecido na música." Agora, a trama "benfeitora" voltou a trazer os holofotes para o elenco. Oportunismo, sim, por que não? O autor da trilha sonora de Pantanal, Marcus Viana, admite que a atitude de Silvio foi a deixa que precisava para divulgar o CD que já constava no seu catálogo. E a chance que faltava para muita gente que estava fora do ar voltar a ficar em evidência, como é o caso de Andrea Richa (Muda) e Giovana Gold (Zefa).
Até Paulo Gorgulho, protagonista da primeira fase da novela, andava meio sumido, apesar de ter feito uma ponta em Caminhos do coração (2007), da Record. Como diz Sérgio Reis (Tibério), quem está em evidência e na Globo pode até não gostar de ver sua imagem antiga de volta, mas para quem saiu do foco da mídia, entrar no ar de novo é ótimo. "É bom para os atores e bom para o povo." (Fonte: Portal UAI de Minas Gerais)
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