quinta-feira, 22 de julho de 2010

Provocações: Modelos resolvem ser atrizes e não cons eguem, alfineta Eva Wilma

Foto: Jair Bertolucci/TV Cultura
No Provocações desta sexta (23/7), a atriz também conta como foi o teste diante de Alfred Hitchcock para o filme O Topázio e diz que, embora frustrada, teve um grande consolo por não fazer parte do elenco


Convidada do programa da TV Cultura, Eva Wilma dá sua opinião sobre modelos que encaram logo de cara papéis principais em novelas. “Acho que é uma armadilha inevitável da televisão em si; não do cinema. Inevitavelmente, [a TV] tem que colocar novos talentos, novos valores, e aí começa a confusão”. Ainda sobre este assunto, ela alfineta: “Porque, de repente, modelos resolvem ser atrizes e não conseguem”. A entrevista, conduzida por Antônio Abujamra, vai ao ar sexta-feira (23/7), às 22h.

Com 56 anos de carreira e 76 de idade, Eva Wilma não fez sucesso só nos palcos e na telinha. Sua vida pessoal também é digna de admiração. Casou-se duas vezes, primeiro com John Herbert e depois com Carlos Zara, ambos atores, com os quais conviveu por mais de quatro décadas. Ela é só elogios ao falar deles. “Fui muito privilegiada, porque vivi um primeiro casamento lindo, de 21 anos, com John Herbert, que me deu dois filhos maravilhosos e cinco netos. E um segundo, que durou mais de 23 anos e só deixou boas lembranças”.

No final dos anos 1960, Eva Wilma foi convocada por ninguém mais ninguém menos que Alfred Hitchcock para fazer um teste para o filme Topázio. E ao observar a forma como Abujamra conduz a entrevista, ela resgata o caso: “Você está me lembrando o Hitchcock”, diz, aos risos. “A terceira parte do teste era justamente isso. Ele aí onde você está, câmera ao lado, no close, me provocando”. Ela revela ainda que ficou frustrada por não ter sido selecionada, mas lança uma farpa: “Eu tive um grande consolo. É que este não foi um dos bons filmes do Hitchcock”.

A respeito da mágoa que sentiu por não ter ganhado nenhum prêmio pela personagem cega da peça Blecaute, justifica: “Chorei debaixo do chuveiro. Mas foi muito compreensível. [O espetáculo] era bonito, mas era de um autor norte-americano, e nós estávamos vivendo a época das patrulhas ideológicas [referindo-se aos anos de 1968 e 1969, marcados pela truculência da Ditadura Militar]”.

Aproveitando o gancho histórico, fala sobre a atuação da censura na peça de teor homossexual Os Rapazes da Banda. “Precisei conversar muito com os censores e explicar que não era um pecado mortal falar de homossexualismo”.

No final do Provocações, questionada por Abujamra, Eva Wilma revela que Clint Eastwood é o seu símbolo sexual. E brinca: “Pena que ele é casado e mora tão longe [...] Estou emocionada só de pensar nele”.

Eva Wilma  

Nascida em 1933, ela iniciou sua carreira como bailarina aos 14 anos de idade. Como atriz, fez parte da primeira turma do Teatro de Arena e, desde 1953, soma em seu currículo mais de 30 telenovelas, 20 filmes e quase 40 peças de teatro. Começou a carreira novelística na TV Tupi e fez história na Globo encarando personagens memoráveis como a vilã Maria Altiva, em A Indomada, e a italiana Marietta Berdinazzi, em O Rei do Gado.

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