sábado, 30 de outubro de 2010

Produzir é um descascar de abacaxis constante, diz Monique Gardenberg

A produtora de grandes eventos culturais, como o Free Jazz Festival, está no Provocações desta semana - Foto: Cleones Ribeiro/TV Cultura
Antônio Abujamra entrevista a produtora de eventos Monique Gardenberg, no Provocações desta terça-feira (2/11), às 23h. Ela nasceu em Salvador no ano de 1958, passou parte de sua infância em Santos (SP) e mais tarde mudou-se para o Rio de Janeiro para cursar Economia, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


Sempre apaixonada pelas Artes, começou a produzir shows e eventos na Universidade, como diretora cultural do Centro Acadêmico. Em contato com muitas gravadoras e artistas, virou empresária de Djavan e Marina Lima. Ao se formar, passou a produzir peças teatrais de Gerald Thomas.

“O Gerald é uma pessoa emocionalmente muito infantil. Admiro-o como artista, mas ao produzir ao lado dele, nem sempre você tem o seu trabalho como produtora respeitado”.

A partir de 1982, em parceria com sua irmã, Syllvia, iniciou a produção de grandes eventos culturais, como o Free Jazz Festival, o Carlton Dance e o Tim Festival. “Produzir é uma tarefa muito árdua. É um descascar de abacaxis constante”.

Em uma das edições do Free Jazz, Monique foi a responsável por trazer ao Brasil um dos maiores nomes da música mundial. Ninguém menos do que Ray Charles. “A experiência que tive com aquele empresário terrível do Ray foi o que me fez aprender a estar nesse mundo do showbizz”.

Após três meses estudando em Nova York, passou a dedicar seu tempo e esforços ao cinema. Em 1993 realizou o curta-metragem Diário Noturno, o qual lhe rendeu quatro prêmios em Gramado e uma indicação ao Festival de Veneza. “O cinema no Brasil tem tido uma preocupação muito grande em obter público e, quando você começa já pensando no resultado, é um equívoco. Você acaba produzindo fórmulas e não arte. Acho isso uma pena!”. Com o sucesso de seu primeiro curta profissional, ela se arriscou no primeiro longa-metragem e produziu Jenipapo, que aborda a reforma agrária em uma comunidade do Nordeste.

Além de shows, eventos e cinema, Monique também se destacou na direção teatral, concorrendo em importantes categorias do Prêmio Shell, em 2002, com a peça Os Sete Afluentes do Rio Ota. “O cinema é um monte de mentira para virar verdade. E o teatro é um monte de verdade para contar da forma mais mentirosa possível”.

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